NOTAS DE RODAPÉ (119)
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Jorge Lage |
2- O General Pires Veloso
diminuído na sua terra? – Há muito, muito tempo, apoiei o Município de
Sernancelhe, do distrito de Viseu na promoção da castanha. Aliás, de quando em
vez, arrogam-se com o epíteto de «Capital da Castanha». Mas, a minha devoção à
castanha aconselha-me a trilhar o meu carreirão solitário, de rosto erguido. Um
dia destes vejo numa imagem um Professor da UTAD, na qualidade de dirigente
associativo, a ensinar de «bla, bla, bla», a enxertar castanheiros de borbulha.
O que eu gostaria de ver era a enxertar e a bater-se com os enxertadores da
região. Fosse vivo o Técnico Trigueiro da Direcção Regional de Agricultura e
zombaria do saber livresco nos trabalhos práticos. Há políticos e acólitos que
são felizes quando docentes do superior dizem vulgaridades para justificarem os
milhares de euros que enfardam. Da minha cooperação e apoio àquele Município
ficou o meu nome na lista dos que recebem a Revista Municipal «Sernancelhe
terra de castanha», que já vai no n.º 61, e o «Concurso de doces de castanha».
É uma revista bem concebida e que retrata as múltiplas actividades do município
e os valores sernancelhenses. Uma das bandeiras é ser a terra do Mestre
Aquilino. Nesta revista fiquei a saber que Pires Veloso foi ali homenageado a
25 de Abril de 2014. O insólito é promover-se uma homenagem a António Pires
Veloso e chamar-lhe «Coronel», quando ele era um ilustre e bravo militar que
tinha atingido o generalato. Já, em 1976, quando eu tomei parte em algumas
reuniões no Quartel-general do Norte (Porto), Pires Veloso, era um destemido
«Brigadeiro» que não tinha receio de tomar posições de firmeza. Mas, voltando à
merecida homenagem em Sernancelhe, não me parece de elevação e bem receber,
chamar, ao «Vice-Rei do Norte», Coronel. Eu chamar-lhe-ia um valoroso e bravo
«Cabo-de-guerra», a quem o país muito deve. Para desfazer o equívoco, porque o
General Pires Veloso faleceu a 17 de Agosto de 2014, no Hospital Militar do
Porto, vítima de acidente vascular cerebral, temos de ser nós, os vivos, que o
admirávamos a defender com honra a sua memória.
(Continua)
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