Jorge Lage |
6- Queijaria
Vaz, do Navalho – Mirandela, volta a ser premiada – Diz o povo que custa menos
fazer bem do que fazer mal. Essa para ser a divisa da Queijaria Vaz, do Navalho,
ao voltar a ser premiada. Este ano, conseguiu o 1.º prémio no concurso «Queijos
de Portugal», na categoria de «Cura-Prolongada» ou queijos curados de ovelha,
organizado pela Associação Nacional de Industriais de Lacticínios, que se
realizou a 23 e 24 de Outubro em Tondela. Mais uma vez, damos os parabéns aos
proprietários (Arménio Vaz) pela afirmação de qualidade que imprimem aos
queijos da região, que os considero dos melhores do país. Para além das leis
que tentam asfixiar a pequena e média produção, em detrimento dos grandes
grupos, fazer queijo é uma arte, que começa no pastoreio e termina na secagem
do nosso bom queijo de ovelha e cabra. Os fiscalizadores e a obediência dos
governantes ao que ditam os grandes grupos acoitados em Bruxelas deviam ter vergonha
e coragem para defender melhor o que nos distingue, pela qualidade e tradição.
As encomendas da Queijaria Vaz vão surgir, mas que a qualidade não seja
descurada, beneficiando outros pequenos produtores do concelho.
7- Para quem
vão os fundos comunitários gastos no plantio de novos soutos? – Há anos, com a
vulgarização dos Projectos dos fundos comunitários, alguns engenheiros ou
regentes agrícolas batiam as aldeias do interior e subiam as escadas dos
agricultores para lhes propor a florestação de terras por aluguer e outros para
elaboração de Projectos. Foi um facturar com ganância pelos mais expeditos.
Tudo o mais foram quase só cinzas e plantações ao abandono. Na Ilha da Madeira
falaram-me em alguns casos de vigarice. Isto é, sem os Projectos aprovados
cobravam a fatia pelo trabalho técnico e nunca havia aprovação. Em Portugal,
dizem que uma associação de «castanheiros» criada à sombra da UTAD, mas
distinta desta, pelo menos, na facturação. E o abocanhar de verbas do quadro
comunitário é tal que se bate grande parte do país, apresentando os projectos
como lhes interessa, assim se fala. Dizem que alguns senhores ligados à UTAD e
os «compadres» e outros, farão um trabalho apresentado na sua essência
envolvente como louvável, só que parece não o ser de todo. Alguns do meio mais
atentos, acham estranho esta vocação principal de quem se arroga de servir
universidade em investigar e inovar. Dizem que a associação quer monopolizar a
fileira do castanheiro. Já terá havido em tempos idos (não pude confirmar) professores
credenciados ameaçados por, também, fazerem estudos oportunos, sérios e
abrangentes sobre a castanha, em parceria com outros organismos insuspeitos e
prestigiados, como o Instituto Ricardo Jorge. O que me parece, porque sirvo,
como voluntário, há mais de 20 anos, um Projecto educativo, em que toda a verba
entra na contabilidade da Universidade de Coimbra e por norma esta cobra à
cabeça uns 25% a 30%. Se nos Projectos que a associação da fileira da castanha
planifica, todas as verbas entram na UTAD, toda a Universidade beneficia. Mas,
se passarem ao lado, alguém poderá andar a viver bem com a capa de benemérito.
Há municípios que se rendem a alguns «magos» universitários do tema. Para
alguns agentes do desenvolvimento rural e local, os Projectos de plantação de
souto e pomar deviam ser feitos em conjunto com os Municípios, associações
florestais e proprietários para grande parte das verbas ficarem onde se plantam
os castanheiros e motivam as plantações, gerando desenvolvimento local. Caso
contrário poderá acontecer uns levarem mais os muitos milhares de euros e os
outros ficarem com os problemas. Curioso é dizerem-me que o projecto mais
avançado no tratamento da doença do cancro do castanheiro ser do IPB. Mesmo
este tratamento já se comercializa e aplica noutros países há algum tempo.
Intrigante é quando uns pretendem um pequeno apoio dos Serviços Florestais tudo
são dificuldades e para as grandes verbas passarem para alguns «lobbies» parece
que há condutas ou auto-estradas abertas.
Jorge Lage –
jorgelage@portugalmail.com – 19NOV2014
Provérbios
ou ditos:
O pobre não tem, os ricos não dão, lá
virá o mês das castanhas que eles pagarão.
Toca la rana! O que mais unhas tem,
mais (castanhas) apanha!
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