BARROSO da FONTE |
TAVEIRA da MOTA |
Nesse tempo do PREC de triste memória, ouvimos
da sua própria boca esta lamentação: - se eu
recuperar mil contos, voltarei a ser um homem rico e um empresário de
sucesso.
Taveira da Mota tinha, nessa
altura, 46 anos de vida. Ficou reduzido à sua condição de homem desprezado pela
sociedade para a qual tinha contribuído,
como poucos o haviam feito.
No dia 13 deste mês completou 86 anos de vida. Celebrou-os no seu
convento de Alpendurada, (Marco de Canaveses), rodeado das filhas, dos netos,
de muitos amigos. Seria fastidioso enumerar aquilo que empreendeu, antes da
pilhagem de que foi alvo e depois do revolucionário «assalto» de que foi
vítima, apenas por ter criado tantos
postos de trabalho e por ser, honestamente, rico.
No JN acima citado escreve-se que «Taveira da Mota reclama mais de meio
milhão de euros a Hernâni Antunes que vendeu a Fábrica Confiança à Câmara de
Braga».
Lê-se no mesmo contexto que no dia
anterior, o tribunal adiou o julgamento que opõe os dois conhecidos
empresários». Nessa acção judicial Taveira da Mota, proprietário da antiga
fábrica, reclama 573 mil euros à Urbinews, de que é proprietário Hernâni
Antunes. Porque este vendeu à Câmara de Braga por 3,55 milhões o que comprara, em 2002, por 2,5 milhões. A venda de 6.323
metros quadrados, em edifício, mais um prédio rústico anexo, foi acordado entre
os dois empresários. Esse contrato previa o pagamento imediato de 1,496
milhões, mais duas prestações de 498 mil cada, garantidos por dois cheques.
Diz a notícia do JN que a imobiliária (pediu à
Caixa Geral de Depósitos para o negócio 2,992 milhões), não pagou o último
cheque previsto, tendo-se recusado a fazê-lo, apesar de sucessivamente
intimado, quer pessoalmente quer por carta». Diz mais: «O crédito, entretanto
passado a um fundo imobiliário do Porto, levou Taveira da Mota a fazer um
arresto da antiga unidade fabril e a meter uma providência cautelar para tentar
impedir a venda à Câmara. O tribunal, contudo, rejeitou a providência, tendo o
edifício sido vendido por 3,55 milhões, em 2011, após avaliação dos peritos».
Verdade é que a autarquia bracarense pagou um milhão de euros a mais do que o
valor da venda da fábrica».
Em caixa lê-se ainda que o Bloco de Esquerda e a CDU votaram contra o
negócio da Câmara de Braga e o BE chegou a apresentar queixa ao Ministério
Público. Também em caixa escreve-se: «Donos de grandes fortunas em Tribunal»
mencionando os currículos de Taveira da Mota e de Hernâni Antunes. Sobre
Taveira escreve: «Nasceu em Vila Real. Herdeiro de uma grande fortuna, operou
no sector das pescas de bacalhau e teve negócios na área da distribuição, do
fabrico de sabonetes.
Comprou e recuperou, como nem o Estado conseguiria, o convento da Alpendurada que opera no turismo. É tido como homem de negócios e, sobretudo, como «homem de palavra». Foi, por muitos anos, Presidente da Direcção do Boavista, do Sport Clube de Vila Real e, sócio fundador nº 4 da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro do Porto, tendo sido proclamado Sócio e Presidente Honorário dessa Instituição regionalista que no mesmo dia em que celebrou a escritura adquiriu sede própria. Goza de uma cultura geral vastíssima, de uma lucidez intelectual brilhante e de uma frescura mental invejável.
Numa altura de tanta incompetência, de tamanha
crise social e de tão preocupante futuro para a sociedade Portuguesa,
principalmente para os mais jovens, exemplos como o de Taveira da Mota devem
ser saudados. Não só pela verticalidade da sua obra, como pela resistência face
à longevidade, como pelo espírito de
aventura e pragmatismo das suas opções.
Com uma dúzia de empresários deste nível, Portugal daria o salto que
tarda e que só por inspiração transcendental, poderemos obter. ´Taveira da Mota
é digno de figurar na galeria dos mais ilustres Transmontanos de todos os
tempos.
Barroso da Fonte
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