Jorge Lage |
3- Onde se não come bem em Chaves?... –
Era o primeiro Sábado de Agosto e resolvi com a minha mulher irmos a Chaves,
onde decorria a Festa dos Sabores.
Quando se fala em sabores flavienses saliva-se logo por um bom pastel ou carolo
de folar. Chegados à Terra das Águas, decidimos, para variar, ir almoçar a
outro local que não fosse aos Restaurantes Lavrador, Carvalho ou Aprígio, onde
somos bem servidos. E quisemos experimentar o Restaurante de Quinta – Samaiões.
O local, quer interior, quer exteriormente, é convidativo. A decoração do
estava muito agradável e com muita luz. A mesa que nos foi dada, fomos os
primeiros a chegar, era a melhor, com uma vista deslumbrante sobre a nave
poente da Serra do Brunheiro e augurava uma bom almoço. Trouxeram logo uma garrafa
de água, sem ser pedida, que na concorrência custa 0,16 €, e pela qual nos
debitaram 2 €. A sopa de peixe estava normal (os camarões, do meio até à cauda
tinham casca), e foi o que nos compôs o estômago. Foi sugerido o vinho da casa,
que levei ao nariz e me pareceu aceitável, mas da prova da minha mulher recebeu
um «fraco». Disse-lhe que ficava aquele que estava no copo porque eu só ia
beber meio copo (tinham dito que serviam a copo). Como prato sugeriram
«cabritinho de leite, assado» para dois. E aqui fazem uma maldade, trazem-nos
três o-s-s-o-s para cada um, bem escolhidos, dos que se atiram aos cães
rafeiros, e uma minúscula pele. De carne dos dois pratos não devia andar longe
das cinquenta gramas. A certa altura o servente veio perguntar se queríamos mais
cabrito e com receio de nos serem atirados mais dois ou três ossos dissemos que
não. Com estômago desconsolado aparece a carta de sobremesas com nomes bonitos
e a minha mulher decide experimentar «rabanadas de laranja, com arroz-doce
cremoso e gelado». Esperou-se e desesperou-se quarenta minutos pela sobremesa.
As duas rabanadas eram da espessura das solas dos sapatos, secas e a saberem a
ranço. O «arroz-doce cremoso era um grude ou argamassa para a construção civil.
O gelado a acompanhar tinha carambina forte. Um desconsolo que ficou no prato
por estar intragável. Nunca nos foi posta uma sobremesa tão fraca. Antes de vir
a conta lembrei ao servente que nem o meio copo de vinho da prova acabei por
beber, mesmo assim debitaram 4 € de vinho da casa. Ao vir a conta 42,50 € era o
total, isto é, come-se mal e pagam-se bem. Fica-se com a sensação de se ser
roubado. Para a próxima é melhor ir aos que servem bem ou então fazer uma
refeição ligeira em qualquer bar.
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