Os peritos em estratégia, a propósito do conflito
na Ucrânia, não deixam de ter alguma
razão quando advogam que a Europa (por
culpa dela própria) está desprotegida militarmente. O que implicou, no
presente, a força da Rússia ao influenciar os acontecimentos para a formação da
“Nova Rússia”, um estado no Leste da Ucrânia que abrangesse ainda o Sudeste. O
golpe seria profundo na economia ucraniana, deixando Kiev enfraquecido, ao
privá-lo da sua principal região industrial e das ricas minas de carvão de
Donbass.
Essa estratégia foi sempre a delineada por Putin
desde o inicio do conflito. Enfraquecer Kiev para, numa manobra de diversão, no
futuro, a “anexar” à Rússia. Porque atirar as tropas directamente contra a
“Primeira Rússia” teria a oposição (directa) de todos e, culturalmente seria um
desastre.
“Anexar” a “Primeira Rússia” (não perder a
influência sobre Kiev) é o objectivo que Vladimir persegue, com a paciência do
asiático e a destreza do europeu. Basta estar atento ao que o presidente russo
tem afirmado nos últimos tempos, como quando alardeou que “se quisesse
conquistaria Kiev em duas semanas”. Ou como quando fez a referencia ao nuclear.
A Europa, conhecendo os Russos (que sempre
estiveram à sua porta), não devia ter confiado como confiou nas suas “boas
intenções”. Viveram demasiado tempo (c. 70 anos) em regime bolchevique
(terrorista) e Estalinista. E como confiou, porque é esse o seu espírito de liberdade
(como era o dos presidentes Gorbachev e Ieltsin), vai ter que resolver o
problema, complicado porque vários países estão dependentes das fontes
energéticas dos asiáticos.
A Europa pode resolver este problema, mas para
isso vai ter que optar: ou pelos interesses actuais, ou pelo bem geral. E ao
optar pelo bem geral, opta pelos interesses porque estes facilmente se adaptam.
O industrial do gás rapidamente se adapta a outro tipo de angariação de
riqueza. E quem diz o do gás diz o da eletricidade e por aí adiante. Essa
gente, se não ganha num lado, ganha no outro.
A Europa pode optar pelas energias
alternativas que a Natureza lhe proporciona gratuitamente: a eólica,
a marítima e a solar.
Há cerca de uma década que os peritos em energia
defendem esta solução. O maior perito da Comunidade Europeia defendia há cerca
de seis anos que se a Europa estabelecesse uma central de energia solar em
Marrocos, todos os cidadãos europeus usufruiriam de energia gratuita.
E a Europa teve sempre relações com o Magrebe.
A esta central bem poderiam ser acrescentadas
outras na Península Ibérica (Portugal e Espanha). Portugal é o
país que usufrui de mais horas solares na Europa.
Armando Palavras
Sem comentários:
Enviar um comentário