quarta-feira, 6 de agosto de 2014

J.P. Morgan, o maior banqueiro da História


Em 1893, o banqueiro J.P.Morgan, de Wall Street,  emprestou ao presidente americano Grover Cleveland, 65 milhões de dólares em ouro para que o país pudesse manter o padrão-ouro, e evitasse uma depressão económica.
Essa intervenção, permitiu que o país alcançasse um período de crescimento que durou até ao Pânico de 1907, provocado por F. Augusto Heinze, um investidor sem escrúpulos que havia captado as graças dos banqueiros e teria provocado um colapso total  do sector bancário quando a sua tentativa de monopolizar o mercado do cobre falhou. Um só homem colocara em risco as poupanças de centenas de milhares de depositantes e empurrara o país para a bancarrota
Quem chamaram para resolver a crise? J.P.Morgan! Que nesta altura tinha setenta anos. Em doze minutos conseguiu mobilizar o dinheiro suficiente para evitar que o mercado de acções se afundasse num crash que seria catastrófico. Do seu bolso, desta vez, avançou com 30 milhões!
Esta história foi bem contada por Bill Fawcett, por essa razão a não repetimos. O que aqui nos interessa ressaltar é o papel deste banqueiro enorme, hoje uma lenda no mundo financeiro. Porque é que Morgan actuou dessa forma? Porque olhou para o bem geral, para o bem comum. E para isso obrigou os que tinham dinheiro a fazer reverter a sua riqueza para a economia em geral. Dessa forma todos ganharam: o país que não entrou em colapso, e com o regresso à prosperidade, quem investiu acabou por lucrar.
E porque é que Morgan olhou para o interesse geral? Porque foi um financeiro de mérito, não recebeu de mão beijada a fortuna por tradição familiar. Trabalhou-a, conquistou-a. Como conquistou um enorme respeito dos seus pares. Todos, sem excepção, ouviam os seus conselhos.
Com as devidas distâncias e diferenças, o Governador do Banco de Portugal (Carlos Costa) e o Governo, no caso BES estão a repetir o processo Morgan. Esperamos, sinceramente, que se obtenham os mesmos resultados.
Mas dizem certas vozes que esta solução tem um senão. Coloca no mesmo saco pequenos e grandes accionistas. J.P.Morgan, para salvar o país, não salvou todos os bancos. Optou. Salvou os que lhe davam garantias, os outros deixou-os afundar.

Armando Palavras

Post-scriptum

Podem agora, depois da derrocada do Grupo em questão, aventarem-se as hipóteses mais sérias (ou as mais delirantes) para acabar com estas tramoias. Separar bancos de investimento de bancos tradicionais; fazer com que todos os bancos (da Europa)  revelem tudo o que fazem as suas subsidiárias, obrigá-los a declarar os activos que detêm fora da sua jurisdição de origem; criar até unidades especiais de investigação ao crime financeiro e económico, liderada pelo Banco Central Europeu.
Tudo isto se deve fazer, mas o mal está, fundamentalmente, nas “más leis”, ou seja, nas leis danosas.
É sabido que nos escritórios deste Grupo (quando se deu o caso Portucale), chegaram a ser encontradas minutas de lei. O que indiciava a proximidade entre os responsáveis do Grupo e elementos do Governo. Que, à época, era liderado por José Sócrates (Revista Tabu, Sol, nº 408, 27 de Junho, 2014, p. 38).


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