POR: Costa Pereira
Se
há quem goste de trabalhar, são os responsáveis pelo êxito do programa da
A.A.A. Não tem hora, nem horários! Sabendo disso, nunca supus, que no sábado,
dia 28 de Março, ia visitar a capital provincial de Benguela. Amiga de fazer
surpresas, só na sexta-feira após o nosso regresso de Calomiapa, e quando ao
jantar lhe escapou perguntar-me se tinha trazido calções de praia, na mala,
percebi que no sábado a nossa veterinária ia trocar as galinhas por areias...,ou
seja o campo pelo mar.
Mesmo
assim foi em trabalho, uma vez que acompanhada pela administradora da Acção
Agrária Alemã, em Angola, a alemã D. Edelgard, e pelo angolano Sr. José Pedro
Haleka, que para a humanitária organização internacional na província de
Benguela prestou ou presta serviço, teve de passar pelo Fórum Benguelense de
Desenvolvimento e ali ocupar parte da manhã.
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Os
cerca de 120 km que separam Caimbambo de Benguela fazem-se com relativa
rapidez, ao contrário doutros percursos do interior. Aqui a estrada está
arranjada e mostra bem como continua a ser convidativo viver no litoral e
próximo da forças influentes da administração e da politica. Saímos às 08h45 e
às 10h10 já estávamos muito perto da cidade que os portugueses, nos princípios
do séc. XVII, baptizaram de São Filipe de Benguela. Actualmente capital de uma
província com 9 municípios, aumentou dois em relação aos últimos anos do
domínio colonial. Eram: Benguela, Lobito, Ganda, Balombo, Cubal, Bacoio e Baia
Farta, agora são: Benguela, Baia Farta, Balombo, Bocoio, Caimbambo, Chongoroi,
Cubal, Ganda e Lobito
Departamento
estatal relacionado com o desenvolvimento rural da província de Benguela.
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Pai
e filha, ou bucha e estica.
Ainda
no recinto do Fórum
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Um
dos jardins da cidade
Edifício
publico, que quer dizer de quem governa....
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Entre
o Fórum e mais este jardim da cidade, enquanto os técnicos num e outro gabinete
resolviam os seus problemas, os penduras iam ganhando vontade para o
almoço, que foi crescendo com achegada ao Porta-Aviões e demora do
serviço. Demorou, mas veio. Em Angola é assim, quem tiver pressa que vá
andando. Entramos cerca das 11h00 e só por volta das 14h30 deixamos a mesa
deste excelente restaurante da praia Morena, na baixa da cidade e rente à
praia.
Restaurante
Porta- Aviões - na Praia Morena
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Quem
diria, ver aqui esta laboriosa administradora alemã capaz de arranjar tempo
para se sentar à mesa de um restaurante, mesmo em fim de semana! Não é fácil
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A
praia ali junto das mesas do restaurante
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No
fim do almoço enquanto as senhoras se foram banhar e visitar a praia da Baia
Azul, o Sr. Haleka encarregou-se de me levar a conhecer alguns dos pontos
principais da cidade e arredores. No Cavaco, onde desde 1962 a Casa do
Gaiato opera com a sua humanitária acção, tive pena de não poder entrar no
santuário mariano de NS da Graça, irmã daquela que na minha terra natal Vilar
de Ferreiros-Mondim de Basto tem altar no cimo do Monte Farinha. Mas pude
recordar a figura do bondoso Padre Américo, fundador da instituição, falecido a
16 de Julho de 1956, no Hospital de Santo António, Porto, e cujo funeral, a que
assisti na saída da igreja da Trindade para Paços de Sousa, foi o maior que vi
na minha vida, nem mais tarde o de Salazar, quando por morar em Belém,
presenciei também, me pareceu tão participado.
Hospital
de Benguela - dentro da cidade
Casa
do Gaiato - no Cavaco, arrabaldes da cidade
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No
caminho do Cavaco para o aeroporto 17 de Setembro esta vala é sinal que Benguela
está apostada em recuperar o seu lugar cimeiro nos campos da pesca, pecuária e
agricultura. No turismo, beleza natural não lhe falta, e até a fauna com
zebras, leões, elefantes, olongos, golungos, búfalos, onças, ongivas e a cabra
de leque escolheram esta província para seu deleite. Fiquei encantado com a
cidade que percorri e visitei de jipe e que por isso mal pisei. Mas como toda a
terra angolana é sedutora e seu povo maravilhoso.
Torre
de comando do aeroporto 17 de Setembro.
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Hipermercado
em frente ao aeroporto e chegada a hora de regressar ao centro da cidade, pois
aproximava-se a hora das mulheres deixarem o banho, de tomarmos um refresco e
preparar a partida rumo a Caimbambo.
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Assim
sucedeu, e quando o relógio marcava 18h06 já fora da cidade uma seta indicativa
apontava a direcção que pela estrada de Cubal liga Benguela a Caimbambo.
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