Por: Costa Pereira
Portugal, minha terra. |
1
Na véspera, após o regresso de Benguela a
Caimbambo, procurei informar-me a que horas havia missa, ao domingo, na igreja
paroquial de São Francisco de Assis, a informação foi que era às 07h00. Assim
manhã cedo eis-me a percorrer o centro desta vila, que foi martirizada com uma
guerra fratricida, e desse modo agradecer os momentos agradáveis que me
proporcionou durante a minha estadia no município, onde, em Chinhungo, nasceu
D. Mário Lucunds, bispo de Menongue, a 13 de Maio de 1957.
A igreja é perto e dá tempo para mais uma
vez apreciar a vila do Caimbambo e a paisagem envolvente.
3
Era domingo, por isso o pessoal das
equipas de "desminagem" de engenhos explosivos de guerra
dormem ainda a bom sono, nas tendas montadas em frente aos escritórios
da AAA. Levantar cedo bem basta à semana para no trabalho de campo desviar o
perigo das ninas deixadas pela guerra.
4
A igreja paroquial e a história da Missa:
Com toda a calma, fui-me aproximando da igreja, mas ao fezê-lo dei conta que a
porta estava fechada e nenhum movimento de pessoas por ali perto. Vi as horas,
que deviam ser cerca das 06h45, e mesmo sabendo que os africanos não são
pessoas apressadas, achei que algo estava errado, ou o meu relógio ou a
informação que me deram. Foi a informação! Aqui valeu, no momento, passar uma
senhora a quem interroguei e que me informou ser a Missa a essa hora, mas na
Missão Católica da Sagrada Família de Caimbambo. Quando perguntei se era muito
longe, a resposta foi: "É já ali...". Pois é, só que foram os bons 20
minutos, para lá chegar, e valeu também a senhora levar o mesmo destino.
Depois da igreja paroquial, deixa-se a
estrada e toma-se o caminho que nos conduz à Missão que vi algures foi fundada
pelo Padre Rafael dos Santos Morais que foi pároco do Cubal.
7
Pátio e anexos nas traseiras do templo da Missão.
8
Tudo quanto do edifício sagrado não ficou
abalado pela guerra, e a maioria se não está em ruinas, oferece pouca
segurança. Também a Missão da Sagrada Família do Caimbambo não foge à regra.
Por isso a Santa Missa quando celebrada aqui é campal, como nesse dia
aconteceu. Num destes bancos muito usados por onde andei, me assentei e recolhi
anonimamente, quando cheguei à Missão. Só que muito atento ao movimento dos
fieis, o celebrante notando que havia gente estranha na comunidade, não faz
mais que convidar os intrusos a subirem ao altar e ali permanecerem até
ao fim da celebração, e depois dizerem quem são e donde são. Foi o que me
sucedeu.
Fim de Missa, 09h30
10
Fim de Missa
11
O António Hóka com a minha cara-metade
Ainda não contei toda a história da Missa.
Como digo no inicio, a partida para Huambo estava programada para ser da parte
de manhã, quanto mais cedo melhor. E esse tinha sido o compromisso que assumi
com a minha condutora. Só que o local da celebração eucarística alterou as
promessas feitas. E pior do que isso foi ninguém saber onde é que os pais da
Drª Gisela se teriam metido. Valeu então a gentil disponibilidade do António
Hóka e Pedro Haleka que no fim de Missa lá estavam com a minha filha para de
regresso nos levar à vila, antes de partirmos.
O José Pedro Haleka sorridente a observar
as ocorrências junto aos muros da Missão.
Edifício junto e pertencente à Missão
Católica de Caimbambo
14
15
São 10h13 o momento de partida aproxima-se.
Até sempre, amigos!
Continua
Sem comentários:
Enviar um comentário