segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Até sempre, amigos! (ANGOLA)

 Até sempre, amigos!
Por: Costa Pereira
Portugal, minha terra.
O dia 29 estava destinado ao regresso a Huambo, logo pela manhãzinha. Mas era Domingo, e um cristão que se preze não pode nem deve ficar sem missa dominical. Como em Angola até para isso é necessário contar com as distâncias que em certas zonas separam entre si os lugares de culto, nada melhor que aproveitar a primeira oportunidade  à mão, e poder assim partir já com este preceito cumprido.
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Na véspera, após o regresso de Benguela a Caimbambo, procurei informar-me a que horas havia missa, ao domingo, na igreja paroquial de São Francisco de Assis, a informação foi que era às 07h00. Assim manhã cedo eis-me a percorrer o centro desta vila, que foi martirizada com uma guerra fratricida, e desse modo agradecer os momentos agradáveis que me proporcionou durante a minha estadia no município, onde, em Chinhungo, nasceu D. Mário Lucunds, bispo de Menongue, a 13 de Maio de 1957.
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A igreja é perto e dá tempo para mais uma vez apreciar a vila do Caimbambo e a paisagem envolvente.
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Era domingo, por isso o pessoal das equipas de "desminagem" de engenhos explosivos de guerra dormem ainda a bom sono, nas tendas montadas em frente aos escritórios da AAA. Levantar cedo bem basta à semana para no trabalho de campo desviar o perigo das ninas deixadas pela guerra.
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A igreja paroquial e a história da Missa: Com toda a calma, fui-me aproximando da igreja, mas ao fezê-lo dei conta que a porta estava fechada e nenhum movimento de pessoas por ali perto. Vi as horas, que deviam ser cerca das 06h45, e mesmo sabendo que os africanos não são pessoas apressadas, achei que algo estava errado, ou o meu relógio ou a informação que me deram. Foi a informação! Aqui valeu, no momento, passar uma senhora a quem interroguei e que me informou ser a Missa a essa hora, mas na Missão Católica da Sagrada Família de Caimbambo. Quando perguntei se era muito longe, a resposta foi: "É já ali...". Pois é, só que foram os bons 20 minutos, para lá chegar, e valeu também a senhora levar o mesmo destino.
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Depois da igreja paroquial, deixa-se a estrada e toma-se o caminho que nos conduz à Missão que vi algures foi fundada pelo Padre Rafael dos Santos Morais que foi pároco do Cubal.
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Antes de chegar à Missão Católica de Caimbambo fica este típico aldeamento.
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Pátio e anexos nas traseiras do templo da Missão.
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Tudo quanto do edifício sagrado não ficou abalado pela guerra, e a maioria se não está em ruinas, oferece pouca segurança. Também a Missão da Sagrada Família do Caimbambo não foge à regra. Por isso a Santa Missa quando celebrada aqui é campal, como nesse dia aconteceu. Num destes bancos muito usados por onde andei, me assentei e recolhi anonimamente, quando cheguei à Missão. Só que muito atento ao movimento dos fieis, o celebrante notando que havia gente estranha na comunidade, não faz mais que convidar os intrusos a subirem ao altar e ali permanecerem até ao fim da celebração, e depois dizerem quem são e donde são. Foi o que me sucedeu.
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Fim de Missa, 09h30
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Fim de Missa





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O António Hóka com a minha cara-metade
Ainda não contei toda a história da Missa. Como digo no inicio, a partida para Huambo estava programada para ser da parte de manhã, quanto mais cedo melhor. E esse tinha sido o compromisso que assumi com a minha condutora. Só que o local da celebração eucarística alterou as promessas feitas. E pior do que isso foi ninguém saber onde é que os pais da Drª Gisela se teriam metido. Valeu então a gentil disponibilidade do António Hóka e Pedro Haleka que no fim de Missa lá estavam com a minha filha para de regresso nos levar à vila, antes de partirmos.
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O José Pedro Haleka sorridente a observar as ocorrências junto aos muros da Missão.
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Edifício junto e pertencente à Missão Católica de Caimbambo
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Enquanto eu regressei de Jipe, o senhor Haleca na cauda veio de mota
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São 10h13 o momento de partida aproxima-se. Até sempre, amigos!
Continua




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