O Dr.
António Costa que até parece ser boa pessoa (até prova em contrário), tem
bombardeado o público português como só Sócrates o fez. Em 2005, para aqueles
que têm memória, sucedeu exactamente o mesmo. Com uma grande diferença.
Enquanto Costa, no Consulado de quase sete anos, que levou o país a esta
miséria, se manteve como ministro, Seguro teve o mérito de se desmarcar, desde
o inicio, dessa governação danosa.
Desde o
inicio desta campanha socialista, o Dr. António Costa não apresentou uma ideia
sustentável para o país. Aliás, como o disse Alberto Gonçalves (DN, 20-07-XIV),
o que diz hoje, desdiz amanhã.
A
entrevista de Costa ao Público ( 20-07-XIV ) até seria interessante se
sub-repticiamente não tivesse o propósito de salvaguardar o Consulado de
Sócrates, a causa principal do actual desastre do País. Até porque António
Costa não tem culpa de ser apoiado por malfeitores. É coisa normal em
democracia. Mas já a tem quando os elogia.
As
ideias que aponta numa entrevista de cinco páginas, em nada se diferenciam das
apontadas por António José Seguro. E, de certa maneira, apontadas pela a actual
governação (de direita, como eles gostam de dizer).
O que
António Costa tem de perceber (como há muito já percebeu), bem como a
“inteligência” autóctone que o apoia, é que o País teve que fazer este caminho
de austeridade, imposto pelos credores cuja entrada no País se deve à
governação danosa (chefiada por José Sócrates até Junho de 2011) a que António
Costa pertenceu.
A partir
daqui, outros caminhos se apontam. Mas só a partir daqui, dos três anos de
austeridade. O tempo levado, mais coisa menos coisa, pelo governo do Bloco
Central, com Primeiro ministro o dr. Soares e Ministro das Finanças, o
professor Hernâni Lopes. Nessa altura, porém, podia desvalorizar-se a moeda
como ponto de apoio, hoje não. Mas não julgue o edil de Lisboa e os seus
correligionários que a austeridade acabou. Não. Há-de durar décadas, mesmo que
sejam implantadas, a partir de agora, políticas de desenvolvimento e emprego.
Eles sabem!
O cerne
da questão, porém, nunca é
verdadeiramente apontado, e quando o é, é-o de forma velada, para ser entendido
por poucos.
Já o
dissemos neste espaço que a principal causa da pobreza (sendo esta a principal
causa das crises), não “é isto nem aquilo”, como os políticos costumam dizer.
Nem o que disse Marx ou Rousseau. É,
grosso modo, o conjunto das “más leis”, das leis danosas (como aflorou nas suas
máximas Burke). Estas sim, levam à pobreza, à corrupção, logo às crises
financeiras e sociais.
António
Costa, na sua entrevista, aflora o problema, mas de forma velada ao responder à
jornalista: “Nunca se regressa ao que passou, porque o que passou está
passado[1].
Agora temos de retomar quais são as prioridades e os valores[2].
E a compreensão do seguinte: hoje não consolidaremos as finanças publicas sem
termos crescimento e não teremos crescimento sem aumentar o nosso nível de
coesão social”. E vai por aí adiante dando um ou outro exemplo, enchendo a
boca com as qualificações dos portugueses, como aliás fazem todos os
seus correligionários e os verdadeiros culpados do seu desperdício!
Ora a coesão
social e as qualificações só
são desperdiçadas com as “más leis”. E nenhum governo as desperdiçou tanto,
como aquele a que o autarca da Capital pertenceu, entre 2005 e 2011.
Damos um exemplo, e apenas um. Nunca as qualificações foram tão desperdiçadas
como na Escola Pública tutelada, à altura, por Maria de Lurdes
Rodrigues. As “más leis”, ou leis danosas, que corromperam as instituições,
nas quais os portugueses confiavam, saltaram do seu gabinete como cogumelos. E
o grande erro desta governação de direita (como gosta de lhe chamar) foi não as
ter corrigido como devia e como lhe competia (fá-lo-á a História e o Tempo).
António
Costa sabe disso porque a sua esposa é (ou era) professora da Escola Pública,
com quem se solidarizou, à época,
acompanhando-a numa das manifestações na Avenida da Liberdade.
Ao
desperdiçar essas qualificações, desperdiçou-se a coesão social, e o principio
fundamental da democracia – a Liberdade.
É este o
véu de António Costa. Não dizendo, diz, dando “ uma no cravo e outra na
ferradura!”.
Armando Palavras
[1] - Aqui tenta demarcar-se do consulado de Sócrates.
[2] - É dúbia esta afirmação porque, como referiu João
Proença, a atitude de António Costa (por sua iniciativa, ou empurrado) em
fazer frente, neste momento, ao secretário geral do Partido, é simplesmente imoral.
Na verdade, João Proença tem toda a razão, porque o que se passou põe em
causa, no mínimo, princípios básicos de Ética.
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