domingo, 27 de julho de 2014

O Hamas e Israel

Na foto: Hamas incita os civis, incluindo crianças, para ficarem no telhado de um edificio onde as DIF alertaram para um ataque iminente (foto apresentada no jornal Público de 26 de Julho, ilustrando artigo de Lior Keinan, Conselheiro politico da Embaixada de Israel em Portugal)


 Em 1987 os Israelitas preparam-se para comemorar o quadragésimo aniversário da criação do seu Estado. Em finais de Novembro desse ano, os palestinianos manifestam-se por um duplo aniversário: os 40 anos de partilha da Palestina e os 20 anos da ocupação da Jordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém-Leste pelo exército israelita.

A oito de Dezembro, um veículo militar israelita choca com um táxi. Nesse desastre morrem quatro palestinianos. É o rastilho para novos confrontos.
Entretanto, em 1993, a OLP e Israel encetam seis meses de negociações secretas em Oslo. A nove e 10 de Setembro desse ano, o conteúdo das cartas entre yasser Arafat e Itzhak Rabin, é tornado público. As duas cartas assinadas por Arafat reconhecem “o direito do Estado de Israel a viver em paz e segurança” e comprometem a OLP a reconhecer as resoluções da ONU sobre a questão. Na resposta, Israel reconhece a OLP como “ representante do povo palestiniano”, sem nenhuma referência ao direito dos Palestinianos a um Estado.
Os acordos de Oslo São assinados. Contudo, os trabalhistas, então no poder no Estado de Israel, atrasam a conclusão dos mesmos que indicavam um período de cinco anos.
Quando a um de Julho de 1994, Arafat é autorizado a pisar solo da Palestina (estava no exílio), encontra os territórios ocupados numa desgraça. É, então, porque politicamente enfraquecido, obrigado a vários retrocessos.
Neste contexto, surgem os chamados acordos “de Oslo II”, em 1995. e surgem acções armadas dos islâmicos radicais que reavivam a violência da direita extremista israelita, que, segundo parece, mandou assassinar Itzhak Rabin.
Shimon Peres, o seu sucessor, confronta-se com uma vaga de atentados do movimento islâmico Hamas. Em 1996 , Benjamim Netanyahou bloqueia o processo de paz, acabando por provocar os maiores confrontos desde a primeira Intifada.
O Hamas vence as eleições legislativas em 2006 e exarceba as tensões. Mesmo antes de 2006, o Hamas começou a construir a rede de túneis, hoje conhecida por todos (há mais de década e meia). Túneis que ligavam a Faixa de Gaza ao Egipto para transportar mantimentos e armas. E essa rede subterrânea acabou por chegar a Israel (que era o principal objectivo), como se viu no caso de 2011 quando um soldado israelita foi raptado, depois tocado por mais de mil presos palestinianos.

O que é que se sabe hoje (no actual conflito) sobre esse movimento subterrâneo?

1 -O Hamas esconde misseis em escolas, como o denunciou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados do Próximo Oriente (UNRWA);
2 – O Hamas usa ambulâncias para ludibriar os soldados israelitas, como já foi demonstrado em vários vídeos;
3 – O Hamas usa hospitais como quartéis generais, como foi provado em fotos onde se notam as espingardas a sair do hospital de Al-Waffa, em Gaza;
4 – O Hamas usa civis ( entre eles, crianças) como escudos humanos.

Quanto a Israel, sabe-se que, num gesto humanitário, fez chegar aos cidadãos de Gaza, até ao dia 26 de Julho (2014), cerca de 2200 toneladas de comida e cerca de 650 mil litros de combustível. Ainda ontem aceitou o pedido internacional de estender o período de cessar fogo, o Hamas, pelo contrário, continuou os bombardeamentos.

Armando Palavras


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