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Fotografia: Jorge Lage |
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Jorge Lage |
3- As Rainhas de Maia (ou as Maias) voltam a Beja – O meu livro «As
mMaias entre mitos e crenças foi apresentado em Beja há um ano. O Município
pôs-me carro e condutor para ir a Beja. Eu queria ir a Beja, para abanar a
tradição das «Rainhas de Maio» e torná-las uma mais valia para a cidade de
Soror Mariana Alcoforado. Agora a Directora da Biblioteca Municipal, Paula
Santos, escreveu-me a informar que este ano, em Maio, já houve um «Concurso de
Rainhas de Maio», promovido pela «Associação de Defesa do Património de Beja»,
à semelhança do que acontecia nas primeiras décadas do século XX. As «Rainhas
de Maio» são meninas antes da puberdade que decidem vestir-se de deusas ou
rainhas de Maio. Para tal, entre elas, elegem ou escolhem a que tem mais jeito
ou representa melhor o augusto papel e depois arranjam vestes brancas e
adornam-se com flores amarelas naturais e a «Rainha» vai para um trono
enfeitado com as aias ou damas de honor a acolitá-la. A mais adornada e mais
bela será eleita a Rainha das «Rainhas de Maio», o que é um orgulho para as
meninas e familiares envolvidos. Esta forma antropomórfica de celebrar as Maias
está mais na linha da tradição das culturas clássicas gregas e romanas, por
oposição às comemorações dendrológicas da cultura céltica. A primeira
encontra-se mais a sul do Tejo, Portalegre, Beja, Algarve e Açores. A segunda é
mais do Norte de Portugal, com alguma expressão no Minho e, também, em
Trás-os-Montes. Assim, as Rainhas de Maio de Beja têm as suas raízes nas
celebrações Adónicas (deus Adónis) da antiga Fenícia, dos Mistérios de Elêusis
da Grécia antiga ou das Florálias romanas (deusa Flora) e da deusa Maia. O mais
importante para mim é ver avivada esta tradição das Rainhas de Maio e tornar-se
uma mais valia cultural e turística bejense. A Paula Santos tem o desejo de ver
publicado um livro sobre as Maias no concelho de Beja e aguardamos esse
trabalho etnográfico.
4- Para onde vai o antigo Hospital Distrital de Mirandela? – Quando
há alguns anos começaram a surripiar as valências médicas do Hospital Distrital
de Mirandela (HDM), era por demais evidente que estavam em jogo interesses
políticos de Bragança. A luta pela Maternidade foi a mais tenaz e justificada.
Andaram com propaganda a gastar o nosso dinheiro com tarjas afrontosas. Na
altura disse que só parariam quando reduzissem o HDM a um posto médico. As
movimentações para a construção do Hospital Privado da Terra Quente (sinónimo
de Mirandela) foram acertadas. O episódio que vou descrever passou-se no ex-HDM
mais ou menos como vos conto. A uma paciente marcaram-lhe uma pequena cirurgia
para retirar três sinais. No dia, já preparada, aguarda na marquesa que o médico
chegue de Bragança. O médico pergunta de sopapo: - qual é o sinal que quer
tirar? Responde: - não é um, são três que a médica me dissepara tirar.
Retorquiu: - só lhe vou tirar um porque estou com pressa. Depois de lhe ter
pedido a enfermeira, lá lhe retirou dois. E ala que se faz tarde! Nem receita
de analgésico para as dores. Nada! Até infectaram os cortes. A paciente ao ir
pagar as taxas moderadoras, a conta estava alta e metia uma consulta. Consulta
de quê? O médico que chega e parte como um foguete, sem olhar para a ficha
clínica. Fazem-se contas à vidinha e o Hospital Privado não é longe, dizem que
atende melhor e mais barato.
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