quarta-feira, 2 de abril de 2014

Ilha da Madeira - a Pérola do Atlântico - III



Por: Costa Pereira
    Portugal, minha terra.
A primeira terra do arquipélago madeirense a ser ocupada foi Porto Santo, “santo” porque ali, a quando da primeira expedição, em 1418, os nossos Gonçalves Zarco, Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, encontraram refúgio para uma forte tempestade que os surpreendeu no alto mar.
            Situado a uns 40km da costa noroeste da ilha da Madeira, Porto Santo, rodeado de vários pequenos ilhéus, como o ilhéu de Baixo, o de Cima, o da Cenoura e o do Ferro, tem Vila Baleira por sede do único concelho da ilha, e no Pico Branco(450m), o ponto mais elevado da também designada “Ilha Dourada”.    
            Por ser uma ilha pequena e baixa na sua maior extensão, a condensação da humidade do ar é muito reduzida, daí raramente chover, o que provoca a escassez de água e de vegetação. Mas em contrapartida é a rainha das praias do arquipélago, dispondo duma faixa de fina areia dourada superior a 8 km, sendo por isso procurada durante todo ano por milhares de banhistas que para tratamento e lazer escolhem esta terra que foi residência de Cristóvão Colombo, o qual aqui contraiu matrimónio com Filipa Moniz Perestrelo, filha de Bartolomeu Perestrelo, 1ºCapitão do donatário da ilha e que, segundo Eanes de Zurara, também se tornou famoso por ao soltar uma coelha com sua ninhada na ilha, ter  empachado Porto Santo de coelhos.
           Com Porto Santo alcançado, os portugueses já tinham praticamente na mão a posse de todo o Arquipélago, faltava apenas vencer a “travessa” – nome dado à extensão de mar que separa Porto Santo da ilha da Madeira e das Desertas –, evento que não se sabe ao certo se aconteceu nesse mesmo ano ou no seguinte, 1419. O certo, certíssimo foi que quando a nau “ São Lourenço”, superando a distância em causa e o ímpeto da ondulação da travessa, se aproximou da ilha principal, e com o ilhéu da Cevada e o do Farol já para montante, aportou na baía do Machico, com as Desertas à ilharga.
A baía do Machico condiz com a profundeza do vale onde fica situada; e vista dum miradouro vizinho, bem identificado com uma homenagem pública ao “Pequeno Camões”, Francisco Alvares de Nobrega, quando se desce ou sobe pela estrada secundária do Santo da Serra, o panorama paisagístico que dali se recolhe é deveras surpreendente. Desse miradouro o apreciador da beleza natural, goza da surpresa e admiração que certamente sentiram os nossos mareantes Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e seus acompanhantes, momentos antes de pela primeira vez desembarcarem na histórica baía para darem início ao povoamento da Madeira.
Povoamento esse que não tardaria a dar sinais dessa realidade, como bem o demonstra um registo com as paróquias existentes nos finais do séc. XV, e que por esta ordem as enumera: Machico, Santa Cruz, Funchal, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol, Arco da Calheta, Calheta e Ponta do Pargo. Aqui face à localização geográfica de tais núcleos é suposto ocorrer à mente este pensamento: se realmente estas eram as únicas paróquias que ao tempo existiam, isso também leva a supor que nessa altura a costa norte da Madeira ainda não estava de todo povoada, o que só viria a suceder ao longo do séc. XVI. Um assunto que compete à história local das atuais cidades, vilas e aldeias implantadas na área, tentar apurar com o máximo rigor. 


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