Por: Costa
Pereira Portugal, minha terra. |
A primeira
terra do arquipélago madeirense a ser ocupada foi Porto Santo, “santo” porque
ali, a quando da primeira expedição, em 1418, os nossos Gonçalves Zarco, Vaz
Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, encontraram refúgio para uma forte tempestade
que os surpreendeu no alto mar.
Situado a uns 40km da costa
noroeste da ilha da Madeira, Porto Santo, rodeado de vários pequenos ilhéus,
como o ilhéu de Baixo, o de Cima, o da Cenoura e o do Ferro, tem Vila Baleira
por sede do único concelho da ilha, e no Pico Branco(450m), o ponto mais
elevado da também designada “Ilha Dourada”.
Por ser uma ilha pequena e baixa na
sua maior extensão, a condensação da humidade do ar é muito reduzida, daí
raramente chover, o que provoca a escassez de água e de vegetação. Mas em
contrapartida é a rainha das praias do arquipélago, dispondo duma faixa de fina
areia dourada superior a 8 km, sendo por isso procurada durante todo ano por
milhares de banhistas que para tratamento e lazer escolhem esta terra que foi
residência de Cristóvão Colombo, o qual aqui contraiu matrimónio com Filipa
Moniz Perestrelo, filha de Bartolomeu Perestrelo, 1ºCapitão do donatário da
ilha e que, segundo Eanes de Zurara, também se tornou famoso por ao soltar uma
coelha com sua ninhada na ilha, ter
empachado Porto Santo de coelhos.
A baía do
Machico condiz com a profundeza do vale onde fica situada; e vista dum
miradouro vizinho, bem identificado com uma homenagem pública ao “Pequeno
Camões”, Francisco Alvares de Nobrega, quando se desce ou sobe pela estrada
secundária do Santo da Serra, o panorama paisagístico que dali se recolhe é
deveras surpreendente. Desse miradouro o apreciador da beleza natural, goza da
surpresa e admiração que certamente sentiram os nossos mareantes Gonçalves
Zarco, Tristão Vaz Teixeira e seus acompanhantes, momentos antes de pela
primeira vez desembarcarem na histórica baía para darem início ao povoamento da
Madeira.
Povoamento
esse que não tardaria a dar sinais dessa realidade, como bem o demonstra um
registo com as paróquias existentes nos finais do séc. XV, e que por esta ordem
as enumera: Machico, Santa Cruz, Funchal, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta
do Sol, Arco da Calheta, Calheta e Ponta do Pargo. Aqui face à localização
geográfica de tais núcleos é suposto ocorrer à mente este pensamento: se
realmente estas eram as únicas paróquias que ao tempo existiam, isso também
leva a supor que nessa altura a costa norte da Madeira ainda não estava de todo
povoada, o que só viria a suceder ao longo do séc. XVI. Um assunto que compete
à história local das atuais cidades, vilas e aldeias implantadas na área,
tentar apurar com o máximo rigor.
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