segunda-feira, 21 de abril de 2014

COSTA PEREIRA - Ilha da Madeira – a Pérola do Atlântico - VIII


Por: Costa Pereira

     Portugal, minha terra.
Para refletir no passado histórico que deu origem ao povoamento do Funchal e consequentemente ao resto da Madeira, nada como escolher para cenário o Parque de Santa Catarina, junto ao porto, com a residência oficial (Quinta da Vigia) do invejado político Alberto João e o casino do milionário Pestana, num dos extremos, e noutro, a capela de Santa Catarina, ladeada pelas rotundas do Infante e de Sá Carneiro.
 Construída pelos primeiros navegadores que chegaram à ilha, a capela de Santa Catarina terá sido cenário da primeira Missa celebrada na capital do arquipélago madeirense e com os monumentos ao Infante Dom Henrique e Cristóvão Colombo adorna a romântica sala de visitas da cidade funchalense.
 Quem vem da marina ou do cais para o centro da urbe, em frente à delegação do Banco de Portugal, encontra em grande destaque a estátua de João Gonçalves Zarco. É uma homenagem justa e merecida do povo do Funchal ao navegador que deu inicio ao povoamento local e a toda a costa sul da Madeira. Depois é um nunca mais acabar de pilares arquitetónicos associados ao passado e ao presente desta terra que D. Manuel I, em 21 de Agosto de 1508, elevou à categoria de cidade. Um desses importantes marcos é a Sé Catedral, cuja construção foi ordenada por D. Manuel, quando ainda era apenas Duque, em 1485. De princípio apenas sede de paróquia, o templo só passou a Sé Catedral quando pela Bula “Pro Excellenti”, de 12 de Junho de 1514, o Papa Leão X, criou a Diocese do Funchal, transferindo de Tomar toda a jurisdição espiritual para a ilha da Madeira. Desse modo a Diocese compreendia não somente as ilhas do Arquipélago, mas todos os territórios descobertos ou a descobrir pelos portugueses. É uma autêntica joia do património construído a visitar na Rua do Aljube, e com outra sensibilidade cultural no Museu Diocesano de Arte Sacra, entre a Rua do Bispo e a Praça do Município.
Outra obra de relevo é a jesuíta Igreja do Colégio ou de São João Evangelista, concluída por volta de 1647, que tal como a Sé Catedral contem peças de grande valor artístico, o altar-mor é considerado uma preciosidade da talha madeirense da época. Vizinha daqui fica a igreja do Bom Jesus e a Câmara Municipal (edifício do Séc. XVIII). E também vizinhas, mas entre si, são o convento de Santa Clara, a Casa Museu da Quinta das Cruzes (Séc. XVI), que foi residência de capitães-donatários, o Jardim das Plantas Aromáticas, a Casa  Museu  Dr. Federico de Freitas (Séc. XVIII) e a igreja de São Pedro.
Mas dar por concluído um passeio pelas principais artérias da florida e aristocrática cidade sem visitar o Mercado dos Lavradores, seria o mesmo que ir em procissão e não ver o andor; ou também, uma vez ali, ignorar o Palácio de São Lourenço (Séc. XVI), para não falar dos vinhos e bordados da Madeira, ou ir a Câmara de Lobos e não provar a digestiva “Poncha”, uma mistura de sumo de limão, mel e aguardente de cana-de-açúcar. A melhor ocasião para a visita será às sextas ou sábados, dias em que os produtos são vendidos pelos próprios produtores. Desde sementes, frutos, vegetais e peixe de diversas qualidades até aos arranjos de flores para viagem, em secção especializada para o efeito, se podem admirar e adquirir no concorrido Mercado dos Lavradores.
Outro conselho a quem visite a ilha é que ninguém deixe o Funchal sem no programa ter incluído uma visita ao parque e Igreja de Nossa Senhora do Monte, nem tão pouco ao belo e riquíssimo Jardim Botânico.



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