quinta-feira, 27 de março de 2014

Costa Pereira - Ilha da Madeira, a Pérola do Atlântico (1)


Costa Pereira
  Portugal, minha terra.

Situado no Oceano Atlântico, cerca de 1000 km. afastado de Portugal   continental e no mesmo fuso horário, o arquipélago da Madeira além desta encantadora ilha, é constituído pela dourada ilha do Porto Santo, e mais as inabitadas Desertas e as Selvagens, ilhas estas sob proteção geológica e biológica. Portanto numa faixa de latitude ligeiramente a sul da do continente e próximo dos 33º N; este arquipélago, tem no seu todo, uma extensão avaliada em 796km2, correspondendo em partes, cerca de 728 km2 à ilha da Madeira; pouco mais de 40km.2, à do Porto Santo; 15km2, às ilhas Desertas, e os restantes, às ilhas Selvagens, cabendo 5km2 à Selvagem Grande, estas mais a sul, próximo das  Canárias. 
           Arquipélago de origem vulcânica, bem patente na basáltica rocha da serra e da  orla marítima, a sua formação remonta a muitos milhares de anos anteriores à nossa era; e mercê da constante intervenção das forças da natureza, também a erosão, com sublime mestria, se foi encarregando de limar e ajudar a esculpir, no fulguroso basalto, as gigantescas e vertiginosas escarpas que de forma peculiar adornam e caracterizam esta sedutora parcela de território insular português. Parcela geográfica revestida por um manto de luxuriante flora endémica que de forma admirável - no caso da ilha principal - se mostra bem evidenciado em toda uma faixa que vai dos 300 aos 1300 metros de altitude e cujas espécies mais em destaque são: o cedro da Madeira, o loureiro, o til e o vinhático; a que se juntam: o marmulano, o pau branco, o folhado, o aderno e o barbusano. Mas além destas, muitas mais fazem parte da Floresta Laurissilva, sobretudo, arbustos e plantas herbáceas, como: o azevinho, a ameixieira de espinho, a perpétua, a uveira da serra, o sanguinho, o piorno, os gerânios, o fustete, as estreleiras, as urzeiras, as leitugas e em particular a raríssima orquídea da serra, única em todo Mundo. A tudo isto, importa desde já acrescentar que se entretanto este tipo de flora encontrou aqui ambiente propício ao seu desenvolvimento, o mesmo sucedeu em relação à fauna típica da Macaronésia, ou seja da área biogeográfica que envolve a Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde, pois também esta encontrou, no espaço madeirense, local preferencial de acolhimento e habitat, de que é exemplo o pombo-torcaz, em terra, e em  mar, o lobo marinho.
           Das condições climáticas e da influência destas na agricultura madeirense, a Enciclopédia Geográfica, das Selecções do Reader’s Digest, de 1989, realça: com a diferenciação introduzida pelo relevo, permitem que se tenha acentuado a variedade de espécies cultivadas, sem dúvida um dos traços salientes da paisagem agrária da ilha. Nota-se um escalonamento aproximado com a altitude, de tal modo que a um andar baixo de espécies tropicais (bananeira, cana-de-açúcar, anona, papaia, manga, maracujá) se sucede outro, mediterrânico (figueira, nespereira, vinha, descendo esta até ao nível do mar), e o dos cereais ( milho, trigo, centeio, cevada), enquanto no fundo dos vales altos se encontram árvores de fruto da Europa média (cerejeira, macieira, ameixoeira)”. Mas é subindo aos picos, descendo aos vales e percorrendo os povoados do interior e litoral da ilha que a Madeira se mostra e se deixa conhecer.

    (Continua)

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