Na arte do
século XVI distinguem-se, sobretudo, duas figuras geniais: Leonardo da Vinci e
Miguel Ângelo Buonarroti.
Antitéticas,
não só devido à diferença de idades, mas ainda porque eram portadores de
diferente cultura artistica e intelectual.
Para
Leonardo, ligado à corrente mais naturalista de Florença, o conhecimento
baseia-se na experiência empirica e na observação concreta dos fenómenos
naturais. Nesta perspectiva a realização artistica também é um acto cientifico,
e a pintura, o instrumento eficaz para investigar a Natureza.
Miguel
Ângelo (aluno de Chirlandaio), foi mais poeta do que cientista. Formou-se no
ambiente de Lorenzo, o Magnifico, sofrendo profundamente a influência da
cultura humanista e neoplatónica que moldaram a sua obra e o seu pensamento.
Mas este
século de que nos ocupamos foi um período de excepção. Não caberiam em centenas
de páginas, os nomes dos artistas excepcionais e verdadeiramente talentosos. Um
deles foi Andrea Verrocchio, artista polivalente e professor de Leonardo.
Verrocchio representou (juntamente com Pollaiolo) a orientação naturalista de
Florença. Na sua obra sobressaem os elementos naturais e uma variedade
decorativa derivada da sua actividade como eurives. O David de Bargello,
é um bom exemplo.
Na pintura
surgem obras como o Baptismo de Cristo, realização do Mestre Verrochio e
do seu discipulo, Leonardo. Aliás, as obras saídas da sua oficina, resultam da
intervenção dos seus alunos. Verrochio não se preocupava com a autoria das suas
obras. Além de Leonardo, outros seus alunos como Lorenzo di Credi, foram
interventores em outras obras do mestre.
A Virgem e
o Menino da oficina de Verrocchio, uma pintura
escultural com mais de meio milénio, vai estar exposta no Museu de Arte Antiga
(Lisboa) até 18 de Maio.
Uma
oportunidade única para ser apreciada.
Armando Palavras
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