terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Silvio Teixeira e o Planeta Kanskuta

Sílvio Teixeira

LAR IMACULADA CONCEIÇÃO
LORDELO - VILA REAL
METRÓPOLE DOURO
2014/01/07 - TELEM. 962628074
PLANETA KANSKUTA
(MUNDO UTÓPICO)
Foi há muitos anos, não se sabe há quantos, um jovem passeava pelo areal numa praia do norte de Portugal.
Meditava na vida parada no tempo, preocupado com um amanhã, que em cada dia que passava se tornava cada vez mais incerto.
Deambulava o seu pensamento, cada vez mais sombrio, quando foi surpreendido por uma grande onda que o tragou.
Sentiu-se a arrastar a grande velocidade, como se fosse levado por um foguetão, sendo pousado num imenso areal, ladeado por frondosas árvores.
Tudo era quietude. Até a paisagem paradisíaca enlevava o forçado viajante.
Nisto, surgiu umna jovem, aproximadamente e aparentemente da mesma idade.
Aparentemente, sim, pois na realidade, essa jovem tinha o dobro da idade do moço, isto é, 42  anos.

- Chamo-.me Maritel, qual é o teu nome?
- O meu nome é Joaquim.

Após as apresentaçõesa, Maritel encaminhou Joaquim para uma cidade denominada Katinfa,

Maritel disse ao Joaquim;

- Aqui nós somos autónomos, ao contrário da tua terra, em que há dirigentes e dirigidos
Nós somos mais responsáveis pelo que fazemos. As imperfeições entre nós são inexistentes e procuramos sempre atingir graus de maior elevação.
O respeito entre nós é prática constante. A educação é primordial. A hipocrisia nunca permanece entre nós, existindo antes o autêntico espírito humano tão apregoado por vós, mas sem contudo tal ser verificado.
Entre nós, não há governantes nem governados, pois cada um atribui as funções mais inerentes aos cargos que desempenham ou a desempenhar.
Não há guerras entre nós, e, por isso, não há paz, pois tanto uma como outra só figuram no vosso planeta “TERRA”.
Aqui tudo circula, pois não há elementos parados, porquanto, todos unidos ou em separado, movimentamos este planeta, que se chama “KANSKUTA”.
Não há ricos, como também não há pobres, pois isso são divisões para manterem uma superioridade que moralmente deixa de existir.
No vosso mundo fala-se em “sociedade sem classes”, mas, as diferenças são cada vez maiores, procurando sobrepor-se uns aos outros.
Em conjunto ou individualmente - mas sem criar o individualismo - usamos sistemas de aproximação, o que resulta numa força indestrutível, de modo a conseguirem-se melhores objetivos, garantindo-se, por isso, uma confiança geral e uma evolução sempre crescente, embora não galopante, mas devidamente alicerçada, o que não origina surpresas desagradáveis.
Joaquim ficou admirado com o que ouviu e posteriormente viu, de visita à cidade “KATINFA”.
Viu indústrias não poluidoras, estabelecimentos de ensino modelares, transportes rápidos e eficientes, os mais diversos e evoluídos comunicadores de voz e de imagens, um sistema de saúde de elevado gabarito.
Não havia discussões, visto que, as razões para tal não tinham consistência e assim a harmonia era total.
As habitações tinham requinte e  cada família vivia na sua casa com amplos espaços.
Os cursos, nos mais diversos estabelecimentos de ensino eram efetuados com professores competentes que transmitiam aos seus alunos os melhores conhecimentos sem que estes tivesses de ser provados.
Um mundo completamente diferente do mundo  “TERRA”.
Após ter visitado KATINFA, Maritel fez seguir Joaquim para outras localidades onde este ficou cada vez mais admirado com o que se lhe deparava.
Parecia alucinado, pois, o que via e lhe era dado a apreciar estava fora de qualquer conjetura que se pudesse imaginar.
Joaquim fixou-se em Katinfa onde conheceu ELKA e constituíu família.
Foram felizes durante inúmeros anos, tendo dois filhos: ALPHA e RHONEO, que garantiram uma continuidade de gerações.
Porém, Joaquim teve saudades do planeta “TERRA”, mas, apesar de ELKA e os filhos o pretenderem dissuadir   de tal propósito, continuou a persistir na ideia.
Então foi sugerido ao Joaquim que usasse um medalhão ao pescoço com determinadas caraterísticas, o que foi acedido pelo próprio.
Assim, Joaquim sentiu-se elevar, elevar, até descer vertiginosamente, mas caindo suavemente no areal onde antes se encointrava.
Em plena “TERRA” passa um gatuno, vê o medalhão do Joaquim  a reluzir e rouba-lho.
Acontece, que o gatuno ficou petrificado, transformando-se num rochedo, com a sua silhueta, com o medalhão encravado,
O Joaquim, o corpo dele, começou a desaparecer, até se transformar em areia que o mar ia arrastando.
Pois, passaram-se, duzentos, trezentos ou mais anos em que isto tudo ocorreu.
E, lá ao londe, muito ao longe, já no mar alto  se vislumbra o “PENEDO DO LADRÂO, como passou a ser conhecido e que reflete de quando em quando, através dos raios solares, o medalhão encravado na silhueta do homem que praticou tal roubo.



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