Jorge Lage |
De facto havia quase um total desprezo pelas
intervenções ou contributos para uma melhor gestão da cidade. Principalmente
pessoas credenciadas que se agrupam em torno do chapéu da prestigiada ASPA.
Mas, lá diz o ditado: não há bem que sempre
dure, nem mal que nunca acabe. E acabou a gestão de décadas do, quase, «posso
quero e mando». Assim, muitos sonharam e olham atentamente para as mudanças.
No meu caso, embora reconheça que o
património cultural edificado é das maiores riquezas a preservar, basta
olharmos para a cidade de Guimarães ou para a vila de Ponte de Lima, são as
árvores nos espaços urbanos e parques que mais me captam a atenção. Poderão
perguntar porquê? Já lá vão vinte anos de trabalho voluntário, com uma equipa
distrital de muitas dezenas de professores e educadores a darmos o melhor de
nós por uma melhor cidadania, ambiente e floresta, «combatendo» os fogos
florestais pela educação, nos Clubes da Floresta das Escolas.
Logo que a nova equipa municipal de Braga
tomou posse, e por sugestão de um autarca de S. Victor, pedi para ser recebido
pelo novo responsável das árvores em espaços urbanos, com o intuito de
sensibilizar para a causa dendrológica da nossa cidade. Suponho que por
muitos afazeres ainda não foi marcada nenhuma audiência pelo vereador da
tutela. Contudo, as podas já começaram e, para o que já vimos, neste caso,
parece valer o provérbio: vira o disco e toca o mesmo.
No tratamento das árvores nos espaços
urbanos tem que haver uma evolução ou mesmo uma mudança significativa. Ou se dá
formação da base aos responsáveis do topo, para uma melhor política arbórea, ou
se deita mão de uma assessoria com competências para os espaços urbanos e que
poderia passar por uma parceria com a Associação Florestal do Cávado, que tem
técnicos competentes e credenciados. Outra solução poderia passar por haver
formação com os técnicos responsáveis do município vimaranense.
O que estou a tentar demonstrar é evidente,
por exemplo, nas árvores das cidades de Viseu e de Guimarães. Nesta o anterior
Presidente sabia bem o valor das árvores da sua cidade e bastaram-me trinta
segundos de diálogo com ele para me aperceber que havia uma ideia superior e
correcta como tratar as árvores urbanas. Mas, para alguém mais céptico em dendrologia,
sugiro a visita ao Jardim d’Arca d´Água, do Porto ou à Avenida da Liberdade, de
Lisboa.
As árvores só devem ser podadas quando são
precisas e as podas executadas com humanidade ou sensibilidade arbórea. Alguns
munícipes bracarenses chegaram, anteriormente, a travar autênticas «guerrilhas»
com os insensíveis podadores camarários, recusando-se a retirar os seus
automóveis debaixo das árvores para evitarem que as podas brutais acontecessem.
Hoje, com a nova equipa autárquica, pensamos que, pelo diálogo, se conseguirão
melhores resultados.
As árvores nos espaços urbanos não podem ser
vistas só como objectos de adorno ou apenas pelo lado estético citadino. Os
benefícios das árvores bem podadas são imensos para os bracarenses: contribuem
para o bem-estar e tranquilidade de quem delas usufrui; são responsáveis por um
ar (e temperatura) mais refrescante nos dias escaldantes do Verão; impedem, com
a sua sombra, a agressão impiedosa dos estivais raios solares; evitam
agravamento de doenças ou complicações respiratórias; oferecem-nos um ar mais
puro, já que se assumem como generosas fábricas de produção de oxigénio; dão
uma melhor imagem da nossa cidade para quem nela habita ou nos visita.
Só o perfume das belas tílias da Avenida
Central geram momentos de enorme prazer que deixam preso a Braga quem nos
visita durante a sua floração em Junho.
Jorge
Lage
– 02JAN2014
R. S. VICTOR 73 – 4Dto 4710-439 BRAGA – TELEM.964624132 e-mail: jorgelage@portugalmail.com
– 02JAN2014
R. S. VICTOR 73 – 4Dto 4710-439 BRAGA – TELEM.964624132 e-mail: jorgelage@portugalmail.com
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