Segunda-feira,
Novembro 02, 2009
PERESTRELLO,
SALAZAR E O PADRE
Vejam lá se gostam desta lição de história que nos foi
contada por um ilustre historiador da Marinha.
Nos
tempos idos do fascismo, o pai de António Oliveira Salazar era feitor numa
grande propriedade do velhote Perestrello, situada lá para os lados de Santa
Comba Dão. Perestrello teve dois filhos, um rapaz e uma rapariga. A menina
ainda foi namorada de Salazar e o rapaz, mais conhecido pelo Perestrello
Vasconcellos, que cursou engenharia, quando Salazar chegou ao poder colocou-o
como administrador da Casa da Moeda e posteriormente, em 1939, assumiu a gestão
do Arsenal do Alfeite.
Perestrello
Vasconcellos morreu em 1962 e deixou seis ou sete filhos, dos quais um deles
foi engenheiro naval, na Lisnave, e outro, sentiu vocação para sacerdote e
veio a ser capelão da Marinha. Em 1959, o capelão Perestrello Vasconcellos
fez parte da célebre conspiração "Caso da Sé", na qual participaram
vários opositores ao regime, como Manuel Serra. Na eminência do capelão
também ser preso, o presidente do governo, Oliveira Salazar, chamou a S.
Bento o pai do capelão Perestrello Vasconcellos e aconselhou-o a mandar o
filho para o Brasil, para que não tivesse o desgosto de ver um filho na
prisão. Tudo em consideração ao velhote Perestrello de quem o pai de Salazar
tinha sido feitor.
E
foi assim que o padre Perestrello Vasconcellos debandou para o Brasil. Nos
anos 70, com a primavera marcelista do primeiro-ministro Marcelo Caetano, o
padre Perestrello Vasconcellos regressou a Portugal e foi exercer o
sacerdócio na paróquia de Loures.
Num
belo dia, o admirado e venerado padre Perestrello Vasconcellos, em plena
missa dominical, deixou os paroquianos atónitos e lavados em lágrimas.
Anunciou que iria deixar o sacerdócio porque se apaixonara por uma senhora da
família Lorena. O padre passou à sua condição de cidadão com matrimónio e dessa
união nasceu Marcos Perestrello Vasconcellos, o ex-vereador socialista da
Câmara de Oeiras e actual secretário de Estado da Defesa do governo do Partido Socialista.
P.S.
- Já agora acrescento mais uma história da família Perestrello e do Dr. Salazar
(retirada da biografia escrita pelo Dr Franco Nogueira...)
Realmente (e tal como se refere no texto acima) o jovem Salazar (que pelos vistos era um mulherengo e não um misógino) gostava da jovem Perestrello e ela retribuía esse amor com paixão.
Até que a mãe se apercebeu e terminou com o namoro, não
sem antes dizer de viva voz ao jovem prof. Universitário (imaginem, de
Finanças Pùblicas !!!!) que tinha muita consideração pela inteligência dele,
mas, sinceramente, namorar com a filha dela, uma Perestrello, era demais. Ele
não se podia esquecer, que era e seria sempre o filho do caseiro.
Terminou assim o namoro.
Anos passados, já ele era 1º ministro e a senhora
Perestrello telefonou-lhe para lhe pedir um favor. O telefonista passou a
chamada e ela anunciou-se : "Daqui fala Perestrello" e Salazar
respondeu "Daqui fala o filho da caseiro".
Isto
só prova que a vingança não se serve fria, como muita gente pensa, mas
gelada.
Carlos Cruz Oliveira
Enviado por Jorge Lage
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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
"a Linhagem" - Perestrelo, Salazar e o Padre
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