quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Especialistas propõem a criação de um Fundo para assegurar o acesso à inovação terapêutica

Especialistas propõem a criação de um Fundo para assegurar o acesso à inovação terapêutica
Após a definição, criteriosa e clara para todos, do que é realmente a inovação terapêutica elegível para financiamento público, a criação de um Fundo que garanta o acesso dos doentes a essa inovação (que permita cobrir a diferença entre o tratamento standard e o inovador) e que impeça a sua suborçamentação, é uma das propostas apresentadas pelos peritos que aceitaram participar no projecto de investigação qualitativa desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), e que integra o “Think Tank” - Pensar a Saúde - Promover e Disponibilizar a Inovação aos Cidadãos, um grupo de reflexão multidisciplinar formado para apontar caminhos que permitam o acesso à inovação na saúde, assegurando a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). As principais conclusões deste grupo de pensadores são apresentadas hoje no Centro Cultural de Belém (CCB).
Melhorar a avaliação das tecnologias de saúde como um todo, nomeadamente através da criação de uma entidade competente independente da entidade financiadora, envolver os peritos técnicos e os stakeholders principais (prescritores, farmacêuticos, doentes, cidadãos, entidade inovadora) em todas as fases de introdução da inovação terapêutica (segundo as suas competências específicas e adaptando-se às diferentes fases do processo), auscultar a sociedade no sentido de saber qual o preço que ela está disposta a pagar pelo acesso à inovação, informar de quais os constrangimentos e impacto que podem emergir em termos de saúde pública pelo facto de a sociedade ter ou não acesso a determinada inovação e o financiamento específico da inovação terapêutica para doentes crónicos, em resposta integrada e cumpridos alguns pré-requisitos, nomeadamente para VIH/SIDA, cancro e diabetes, são outras das medidas apontadas por este grupo de estudo para facilitar o acesso a terapêuticas inovadoras em Portugal.
A introdução da inovação em sistemas complexos, como o SNS, é muitas vezes um desafio. Ana Escoval, Professora de Políticas e Administração de Saúde, na Escola Nacional de Saúde Pública e coordenadora deste “Think Tank”, considera que “a atual crise financeira, condiciona o volume de recursos a afetar à inovação terapêutica e às despesas na saúde. Sabemos que “verdadeiras” inovações produzem potencialmente melhor saúde, otimização de processos (qualidade e segurança) e geram melhorias de eficiência e satisfação dos doentes e profissionais. É por isso, naturalmente previsível a dimensão dos impactos desta redução na inovação, a médio e longo prazo, nomeadamente nos indicadores de saúde e na qualidade de vida dos cidadãos”.  
António Câmara (diretor-geral da Ydreams), João Pereira (diretor da ENSP), Adalberto Campos Fernandes, Luís Campos, José Luís Biscaia, Paula Brito e Costa, Maria Antónia Almeida Santos, João Semedo, Ricardo Baptista Leite são os especialistas que vão analisar e discutir as conclusões do “Think Tank”, numa iniciativa que conta com o apoio da Roche Farmacêutica enquanto enabling partner.

Junto enviamos o comunicado de imprensa e as conclusões do estudo.

SV 
Para mais informações contactar:
  De Jornal do Norte para Tempo Caminhado

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