Sobre a esperteza saloia do Presidente de Lisboa em substituir a calçada portuguesa pela frágil pedra de lioz, anexo texto meu e publicado na edição de 27DEZ2013, do jornal semanário SOL e na sua pág. 20, com o título: «A calçada portuguesa e a pedra de lioz». Não lembra ao diabo. Brincar com o nosso dinheiro não custa nada ao Município Lisbonense.
Bom Ano de 2014
Director do Jornal Sol
A Calçada Portuguesa e
a Pedra de Lioz
Tendo sido noticiado
numa das edições recentes do Jornal Sol que o Presidente do Município de Lisboa
estava a substituir a calçada portuguesa existente em alguns locais da cidade
pela pedra de lioz, como leitor e contribuinte têm grande dificuldade em perceber
esta atitude.
A primeira reacção que
me ocorreu foi perguntar onde vi um «filme» parecido?
Foi, em Braga,
município de um correligionário do Presidente António Costa, até às últimas
autárquicas e que agora mudou de cor partidária.
Em Braga, apesar dos
protestos da insuspeita ASPA (Associação Cultural) e de outros munícipes, levou
para a frente o Projecto de «arranca pedra e põe pedra». Na cidade bracarense,
o granito local, centenário e muito resistente dos passeios foi substituído por
outro de fora do concelho, menos resistente e o resultado está à vista, com
algumas pedras frágeis já partidas e a necessitar de substituição. Em linguagem
camoniana, pode dizer-se «trocar boa capa por mau capelo», quando se podia
casar a pedra antiga com a nova nos acrescentos que se justificassem. Faz-me
lembrar os «espertos» que trocam o mobiliário antigo de castanho maciço pelo
moderno folheado de mogno.
Agora, surge uma
situação que parece similar com a secular calçada portuguesa de Lisboa a ser
substituída pela pedra de lioz.
Na minha modesta
apreciação de contribuinte e interessado pela cultura e pela memória das
cidades penso que o Sr. Presidente António Costa podia gastar o dinheiro dos
contribuintes em obras mais prementes, como, por exemplo a recuperar pisos e imóveis
degradados no concelho e assim eram obras justificáveis em tempo de crise.
Mas, o que me preocupa
mais é o apagar da memória da calçada portuguesa da capital que ajudou a
conhecer melhor Lisboa e Portugal no mundo. Para mais, em tempo de crise que as
obras devem ser bem justificadas perante os contribuintes.
A calçada portuguesa é
um trabalho estrutural e acredito que mais cedo ou mais tarde virá outro
Presidente que voltará a colocar a calçada portuguesa, de grande beleza quando
bem casada a pedra calcária com a basáltica. Como a memória da cidade reclama.
INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NA A.M.L. (ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA) SOBRE A SELECÇÃO DA PEDRA CALCÁRIA DE LIOZ
ResponderEliminarDescrição no livro:
O presente estudo, resulta da adaptação de uma tese de mestrado, apresentada junto da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, no âmbito do Curso de Mestrado em Tecnologia da Arquitectura e Qualidade Ambiental, realizado entre 1993 a 1994. Visa essencialmente determinar os motivos históricos, compreendidos no período da alimentação da economia Portuguesa, pelo ouro derivado da colónia do Brasil, e viabilidade funcional no uso, que levaram à preferência na adopção da pedra calcária de lioz, para fazer face às características do ambiente na A.M.L. (Área Metropolitana de Lisboa), aponta similarmente precauções a ter na sua utilização e aplicação construtiva. Tendo como base a selecção de quatro localidades para amostras, expostas ao mar, interior urbano e rural, identificando as patologias e razões do seu desenvolvimento, fornecendo também indicações para as contrariar. Finalizando com o estabelecimento de um nível de ponderação de importância a dar, nas suas propriedades físicas e químicas, no sentido de proporcionar um método de selecção deste tipo de pedra, na substituição em edifícios existentes, tirando proveito desses parâmetros para servirem ao mesmo tempo, na selecção da pedra calcária de lioz, na construção de novos edifícios.
Edifícios analisados: Palácio Ratton em Lisboa, Torreão Oriental da Praça do Comércio em Lisboa, Igreja de Nossa Senhora da Consolação em Arrentela e Igreja da Nossa Senhora do Monte Sião em Amora.
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Referencias sobre o autor:
https://plus.google.com/u/0/100888385940893225494/posts
http://pt.linkedin.com/pub/laurindo-amorim/73/551/9b6
http://arqlaurindo.no.sapo.pt/
A pedra de Lioz foi usada no tempo dos descobrimentos, sobretudo em arte de ornamentação. A "calçada portuguesa" surge no século XIX.
EliminarNem o estudo, nem a tese de mestrado estão em questão. O que o colaborador deste blogue, Dr. Jorge Lage, questiona, são outro tipo de questões (acertadamente) que foram levantadas por várias associações e por vários arquitectos (as) paisagistas, disseminadas na internet. Em termos de custo compensou a substituição? É isso que, fundamentalmente, se questiona, para protecção dos contribuintes.