sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Hiperplasia benigna da próstata afeta um em cada três homens com mais de 65 anos


Hiperplasia benigna da próstata afeta um em cada três homens com mais de 65 anos

*Artigo de Tomé Lopes, Presidente da Associação Portuguesa de Urologia

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma condição com um grau de prevalência bastante elevado. Esta doença corresponde ao aumento da zona da próstata que envolve a uretra. A sua incidência aumenta com a idade, afetando de forma sintomática aproximadamente 25 por cento dos homens com idade superior a 40 anos e um em cada três homens com mais de 65 anos.

A HBP tem um impacto profundo na qualidade de vida dos doentes e é uma doença progressiva que, caso não seja tratada, pode levar a complicações tais como a retenção urinária, infeções urinárias, litíase (“pedras”) vesical, lesões na bexiga, nos rins, incontinência urinária e eventualmente cirurgia.

Os sintomas estão tecnicamente agrupados em sintomas de esvaziamento e sintomas de armazenamento. Muitos deles são bastante conhecidos (micção fraca, hesitação no início da micção, gotejamento terminal, sensação de não esvaziamento completo, frequência urinária aumentada, urgência, dor/desconforto ao urinar), mas os doentes costumam olhar para estes sintomas como sendo “normais” com o avançar da idade, não lhes dando muita importância. Visto a HBP ser uma doença progressiva que pode levar a complicações (nomeadamente retenções urinárias agudas e cirurgia), é importante que os homens acima dos 50 anos visitem regularmente o seu médico e que avisem caso sintam algum dos sintomas descritos anteriormente.

Os fármacos mais utilizados para tratar sintomas são da classe “alfa-bloqueantes”, que são medicamentos que funcionam como “relaxantes musculares”. Como a próstata é constituída na sua grande maioria por músculo liso, o alfa-bloqueador vai fazer com que haja um relaxamento do músculo da próstata, libertando por sua vez um pouco a uretra e fazendo com que os sintomas melhorem. No entanto, estes medicamentos não impedem que a doença progrida e não impedem que a próstata aumente de tamanho.

Isso leva-nos a outro grupo de medicamentos – os inibidores da 5-alfa-redutase. Esta classe de fármacos actua no balanço testosterona/dihidro-testosterona. Com o passar da idade, acredita-se que este balanço desequilibra-se o que pode levar ao aumento da próstata. Com estes medicamentos é possível travar esse crescimento e diminuir em muito a probabilidade de complicações associadas à HBP (ex. retenções urinárias agudas e cirurgia). Em alguns casos, estas duas classes de medicamentos podem ser utilizados em conjunto para uma maior eficácia.

O diagnóstico precoce da HBP pode ser realizado através de uma análise ao sangue para medir o PSA e com toque rectal.
A Associação Portuguesa de Urologia vai promover o seu Congresso Nacional, entre os dias 10 e 13 de Outubro. Para mais informações consulte o site www.apurologia.pt
De Jornal do Norte para Tempo Caminhado

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