Por: Costa Pereira
Um mestre do pincel e
paleta, que nas cores fortes se inspira
O
pintor António Carmo é um distinto alfacinha que nasceu na Madragoa, em 1949.
Fez os seus estudos na Escola Decorativa António Arroio, onde na área de
Pintura cursou. Dotado com forte vocação e sensibilidade para a prática de tudo
quanto seja arte em movimento e cor, também o actuar em palco ou salão lhe
cativou o gosto, que satisfez, ao fazer parte do Grupo de Bailados Verde Gaio,
entre 1967 e 1980.
Mas
é do pintor que Fernando Paulouro Neves, faz este comentário: "Um dos
traços distintivos da Pintura de António Carmo é o universo cultural que ela
ilumina e reflecte como caligrafia plástica de grande beleza". Que mais
adiante remata com este final: " Vou a Malraux e encontro porventura uma
definição da arte de António Carmo, quando, em " As vozes do silêncio",
ele escreveu: "A pintura tende muito menos para ver o Mundo que para, a
partir dele, criar um outro; o Mundo serve o estilo e serve o Homem e os
deuses". E clarifica: " À pergunta " o que é a Arte?",
somos levados a responder :Aquilo pelo qual as formas se tornam estilo" É
essa a verdade que irrompe e se afirma com as suas metamorfoses de imaginário,
no universo criador de António Carmo".
De
trato afável, expressivo e franco, o mestre Carmo deu-se-me a conhecer numa
estação do Metro, onde ambos costumamos apanhar transporte, e desde esse dia
passamos a ficar amigos. A sua pintura que já o levou a todos os cantos do
mundo é também um complemento para o enriquecimento da bagagem cultural que a
sua simplicidade não alardeia, mas o comportamento revela. Desses muitos países
em que já expôs, destacamos: Inglaterra. Espanha, Holanda, Bulgária, Alemanha,
Bélgica, Checoslováquia, Luxemburgo, Macau, Japão, Austrália, Guiné-Bissau,
Marrocos, U.S.A; Canadá, Venezuela, Suíça, Suécia, Cabo Verde e Brasil. No país,
não deve haver sítio nobre, onde não tenha exposto. O mais recente foi na
galeria do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, onde de 2 a 8 de Outubro
teve mostra. Tive convite e tenho pena, mas neste lapso, vou-me andar arredio
da capital; vou para outra, mas do barro leiriense. E deste modo, perco de ver,
mais uma das muito apreciadas exposições, do consagrado pintor português que
através do seu estilo e originalidade tão brilhantemente cá, e além fronteiras,
honra, com a paleta e o pincel, o nome de Portugal.
O
modelo do pintor (2005)
Lembrança dos teus beijos
(2005)
Destinos do Fado (2003)
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