quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ministro da Educação admite requisição civil para os exames do Ensino Secundário


 
A requisição civil é uma das opções em cima da secretária do ministro da Educação para gerir o impacto das greves de professores agendadas para o período de avaliações, de 7 a 14 de junho, e para o dia do primeiro exame nacional do Ensino Secundário, 17 de junho. Em entrevista à TVI24, Nuno Crato reiterou na última noite que a tutela vai “tomar as medidas necessárias para que os exames se realizem” e foi ao ponto de acusar os sindicatos de fazerem dos alunos “reféns”.
Sem um entendimento com as estruturas sindicais para a definição de serviços mínimos, Nuno Crato aguarda agora a decisão do colégio arbitral. Com um semblante de confiança. Relembrando uma decisão de 2005, quando a pasta da Educação do Governo de José Sócrates estava entregue a Maria de Lurdes Rodrigues, o ministro sublinha que “há jurisprudência”: “O Tribunal Constitucional reafirmou que era um serviço público e que os serviços mínimos seriam impostos”.
Horas antes da entrevista à estação de Queluz de Baixo, Crato havia já carregado na ideia de que o Ministério não iria “permitir” que a greve dos professores no primeiro dia dos exames nacionais do Secundário prejudicasse “a vida dos jovens”.
“Há sempre espaço para o diálogo, estamos sempre abertos ao diálogo, mas, como é evidente, temos que tomar as medidas que estão previstas na lei”, afirmava o ministro da Educação ao final da tarde de terça-feira, à margem da entrega de prémios do concurso “Imagens contra a Corrupção”.
São 75 mil os alunos que farão exame a 17 de junho.
No limite o governante admite avançar com a requisição civil.
Questionado sobre tal cenário, durante a entrevista da noite de terça-feira à TVI24, Crato quis deixar claro que “tudo pode ser ponderado”. E que a tutela irá “tomar as medidas necessárias para que os exames se realizem”.
“Estamos dispostos a toda a negociação, mas este tipo de atitude, que é tomar como reféns os nossos alunos, é algo com que não se deve brincar”, atirou o ministro da Educação, para quem “esta greve não beneficia os professores e potencialmente prejudica os alunos”. Nuno Crato diria ainda ter “a certeza absoluta de que há muitos professores, neste momento, que estão a sentir-se divididos”.
O ministro confirmou também que os professores começarão já em setembro a cumprir 40 horas de trabalho por semana. Sem que vejam aumentada a componente letiva, que se mantém “do ano passado para este ano”. Um despacho normativo ontem divulgado pelo Ministério da Educação e Ciência estipula que, no próximo ano letivo, os docentes dos quadros terão obrigatoriamente horário completo. O mesmo despacho estabelece a componente letiva – 25 horas para professores do pré-escolar e do 1.º ciclo do Ensino Básico e 22 horas para os demais ciclos, incluindo a educação especial.
 

Carlos Santos Neves, RTP 05 Jun, 2013, 08:44 / atualizado em 05 Jun, 2013, 10:21
Miguel A. Lopes, Lusa
 

 

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