sábado, 27 de outubro de 2012

Café Crème de Walter Benjamin - A Uvada de Miguel Esteves Cardoso -Virgilio Gomes no hotel da Penha Longa - À mesa em Mação com Armano Fernandes


É sempre com enorme prazer que revisitamos Benjamin. Estes textos sobre comida são mesmo uma delicia



É sempre com grande prazer que lemos os textos do Miguel. Como sempre, com uma escrita limpida.



Chefes Rui Paula, Sergi Arola e Nuno Bergonse

Virgilio Gomes
Instalado no prestigiado Hotel da Penha Longa, há quatro anos, este conhecido Chefe Sergi Arola, espanhol, decidiu comemorar o quarto aniversário convidando dois Chefes portugueses para fazer um jantar de pratos confecionados por todos. Assim convidou o Chefe Rui Paula dos restaurantes DOC, em Armamar, e DOP, no Porto, e o Chefe Nuno Bergonse do restaurante lisboeta “Pedro e o Lobo”. O restaurante Arola encontra-se no conjunto do empreendimento da Penha Longa, e quando se entra tem-se a agradável surpresa de poder observar toda a cozinha, e sua azáfama, depois passa-se pelo bar para terminar no moderno e atraente espaço do restaurante. O restaurante tem um ambiente muito contemporâneo e uma cozinha surpreendente com inovações permanentes onde não faltam alguns elementos portugueses.
 
Para uma boa leitura de hábitos portugueses:
 

À Mesa em Mação

Autor: Armando Fernandes
Edição: Câmara Municipal de Mação
Preço: € 15
Um livro é um objeto de escrita. Vou começar pelo objeto, e depois passarei ao conteúdo dos textos. Trata-se de um livro muito bem tratado graficamente, capa dura, excelentes fotografias, bom papel e paginação atraente que permite uma fácil leitura.
Este é um exemplo que se deveria fazer por todo o território, compilando a memória. Não há futuro consciente sem memória, e esta deve ser registada enquanto temos pessoas que possam ajudar a fazer o seu registo. O estudo do quotidiano é uma matéria universitária recente, bem apoiada por antropólogos e sociólogos. E pelo reconhecimento da importância do quotidiano se vem fazendo a inscrição dos hábitos e tradições que ajudam a definir a identidade de uma população, digamos de uma região. Este livro possuiu essas qualidades para além de dar pistas interessantes para a atividade dos restaurantes regionais. Podem assim “agarrar” estas tradições e reconstruir um receituário novo que seja um reflexo da evolução, e sem roturas. Evolução sim, modernidade sim, mas sem atrevimentos que descaracterizem a receita base. Ora este livro dá-nos as bases. Um excelente ponto de partida rigoroso e no qual as populações se reveem.
Os textos do autor, e meu Amigo, começam por fazer uma história da alimentação com as primeiras referências, seguido da influência romana e depois a presença árabe. Depois, com a independência de Portugal, a abertura ao novo Mundo e a chegado de novos produtos até aos tempos mais recentes com a crueldade do interior e as regras da subsistência que determinaram o que ainda é a identidade de Mação. À laia de conclusão afirma, e com final feliz, que “Agora… felizmente, os tempos mudaram para melhor.” Entramos agora no capítulo das receitas. Não sendo esta obra um livro de receitas, é muito bem ilustrado com uma recolha valiosa junto da população que cedeu as receitas e as suas sabedorias associadas. As receitas estão ordenadas por Sopas, Caldos & Papas, Pão, Migas & Açordas, Legumes, Verduras & Cogumelos, Arroz, Peixe, Carnes & Vísceras, Enchidos, Queijos, Bolos & Doces, e Diversos. Ainda e muito bem elaborado um Glossário, fundamental para o entendimento de toda a obra.
Uma escrita agradável, metódica, rigorosa e que alegra com muitas estórias da história desta terra de Mação.
Pena o livro não se encontrar no mercado livreiro. Para o adquirir contactar a Câmara Municipal de Mação.

© Virgílio Nogueiro Gomes
atualizado em Terça, 23 Outubro 2012 15:51
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