quarta-feira, 20 de junho de 2012

José Gomes Ferreira e as PPP

VEJAM O VIDEO
http://www.youtube.com/watch?v=7HuWL0YX7dY&feature=player_embedded

José Gomes Ferreira, comentador da TVI que muito apreciamos, numa entrevista recente a Clara de Sousa, aborda, de novo, a questão das PPP. Assunto aliás, já comentado pelo Juiz Carlos Moreno, pelo Professor Domingos Ferreira e por tantos mais como Medina Carreira.
Esta questão que não é demais lembrar, é a maior causa da bancarrota do País. José Gomes Ferreira ataca o problema nas várias vertentes. Indica os culpados. Mas na sua critica está implícita a “conivência” de outras instituições, como a Presidência da República. E aqui é que o comentador falha, porque ao fazer essa referência confunde o ouvinte. E porquê? Porque a crítica ao Presidente da República não é objectiva. É uma crítica supérflua. Objectiva é a crítica que faz ao órgão decisório – o governo de então.
Vejamos. Em 2007 estava o consulado de Sócrates no auge da popularidade. O Presidente não podia “tugir nem mugir”, como diz o adágio. A loucura legislativa era "patológica"; o estado de sítio “estalinista” (como então lembrava Vasco Pulido Valente) estava implantado, porque nessa altura pensavam que iriam governar durante, pelo menos, duas legislaturas.
Ao presidente restava promulgar sem levantar muitas ondas. Contudo, como diz Gomes Ferreira, o documento levantou-lhe dúvidas. O que fez este? Diz Gomes Ferreira que pediu explicações. Mas que depois o promulgou.
Pudera! Se o não promulgasse ia de novo à Assembleia e era votado e aprovado pela maioria governamental. Tanto fazia que o Presidente o promulgasse, como não! Lembramos Gomes Ferreira que até essa data já havia acontecido situação idêntica (o presidente não promulgou, foi à Assembleia e foi, de novo, aprovado pela maioria governamental) e que depois dessa data aconteceram, pelo menos, duas situações semelhantes.  E lembramos-lhe ainda que nessa altura, quando ao Presidente o documento levantou dúvidas, não apareceu ninguém (dos comentadores responsáveis, aos senadores do regime) a apoiá-lo, a darlhe força. Bem pelo contrário. Mas este tipo de análise ficará para futura ocasião.
Portanto, querer “meter no mesmo saco” o Presidente e o órgão de decisão (Governo) é confundir as pessoas. Tirasse-o Gomes Ferreira da entrevista e diríamos que esta era excelente.
Ao colar o Presidente aos verdadeiros responsáveis é querer que “tudo fique na mesma” como nos diz Dom Fabrizio n’O Leopardo, de Lampedusa; que os verdadeiros responsáveis não sejam punidos, que a opinião pública se não pronuncie.


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