quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Douro meu encanto

Fotografia de António Barreto (in: Trás-os-Montes e Alto Douro, Mosaico de Ciência e Cultura - 2011)


Douro meu encanto



Nos teus montes rasgados em altar,
Humanizados pelo cavador
Ergue a videira os braços a cantar
Em cântico de glória ao Criador.

A montanha com ela reverdece
Em socalcos descendo até ao rio,
Que o sol beija, ardoroso, pelo estio
E com o seu afago a refloresce.

E do seu fruto, dádiva de amor,
O prémio do suor do cavador
De tormentosas horas de agonia,

Há-de, em lágrimas doces, escorrer
Esse néctar que ao mundo dá prazer,
Ouro do Douro, vinho da alegria.
...
Ilda Pinto Ribeiro
 in: Trás-os-Montes e Alto Douro, Mosaico de Ciência e Cultura - 2011


A Autora 

Ilda Pinto Ribeiro nasceu em Parada do Bispo, uma aldeia bucólica e pitoresca do concelho de Lamego, situada na margem esquerda do rio Douro.
Estudou no colégio de Nossa Senhora da Conceição, em Guimarães, prosseguindo os seus estudos na Escola do Magistério Primário, em Braga. Logo aí, começou a colaborar no jornal escolar «Escola Remoçada». Após conclusão do curso, leccionou no distrito de Braga nos dois primeiros anos da sua vida profissional. O casamento fez com que regressasse ao seu pátrio Douro, e aí fixasse residência, na então vila de Peso da Régua. Nos primeiros anos, enquanto exercia a sua actividade docente e educava os dois filhos, colaborou regularmente com a imprensa regional, publicando poesia e prosa. Pelo casamento, ligou-se às actividades agrícolas do Douro, nomeadamente à cultura da vinha e do vinho e essa permanente ligação rural, acabou por fecundar uma mulher apaixonada pela Terra e pelas Gentes dessa ubérrima região agrícola.
Obviamente, passaram os seus escritos, nomeadamente os seus poemas, a reflectir essa paixão. Fruto dessa inspiração, sempre renovada, foram surgindo livros que logo fizeram de Ilda Pinto Ribeiro uma voz amadurecida e respeitada.
Em 1994, deu o passo decisivo com o livro de poemas «Mais Perto de Mim» e não mais parou de surpreender. No ano seguinte, voltou com «Poemas do Entardecer». Em 1996, com «Nas Asas do Tempo», em 1998 publicou «Transparências» e, em 2002 «O Douro – Um Deslumbramento». As apresentações destes livros constituíram, sempre, verdadeiras jornadas de cultura, não só pelo elevado número de presenças, mas também pela elevação das mensagens que nesses momentos se viveram.
    Motivos de saúde têm impedido que tenha prosseguido com a publicação de livros com a regularidade desses anos.
Ainda assim, passou a fazê-lo em edições colectivas, como por exemplo, em sete volumes da antologia «Poetas de Sempre» que, desde o ano dois mil, não mais parou de dar voz aos verdadeiros poetas.
Colaborou, ainda, nas colectâneas: «Quando o Além Me Chamar», «Ardínia e Tedo», «Vozes do Douro e para o Douro» (três primeiros tomos), «Sorrisos e Máscaras de Carnaval», «Natal Renascido» e finalmente, «Amor‑Razão Maior», todas com a chancela da Câmara de Lamego.
Continua a cultivar o jornalismo através de colaboração assídua nos jornais: «Voz de Trás-os-Montes», «Voz de Lamego», «Notícias de Vizela» e «Ecos de Negrelos».
Paralelamente, empresta o seu grande empenho a instituições culturais e assistenciais, de interesse público, entre as quais a Cruz Vermelha Portuguesa. Fez parte da direcção da Cruz Vermelha Portuguesa da Delegação de Vila Real, tendo a sua acção sido decisiva na instalação de vários núcleos concelhios do distrito, motivo pelo qual foi condecorada com a Medalha de Mérito, pelo Presidente Nacional.
O produto dos seus livros tem revertido a favor de várias obras de beneficência, entre elas, a Cruz Vermelha Portuguesa.
É membro da «Confraria dos Enófilos da Região Demarcada do Douro» e foi co-fundadora do «Douro Património Mundial», da «Liga dos Amigos do Hospital D. Luís I, da Régua» .
Faz parte do «Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Durienses» e é membro da «Associação Portuguesa de Escritores», da «Sociedade Portuguesa de Autores».
   Ilda Pinto Ribeiro é conhecida na região como a «Poetisa do Douro».

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