segunda-feira, 14 de abril de 2025

O Sal da História

 

JORGE  LAGE


O Sal da HistóriaA editora «Cidade Berço», pertence ao decano dos jornalistas, Barroso da Fonte, tem já longa actividade editorial, dando voz aos que não têm voz, e agora publicou o título, «O Sal da História» e com o subtítulo «Monumento aos Combatentes do Ultramar» da autoria de Armando Palavras, Doutorado em História d’Arte, Professor, jornalista e Investigador. 


Pedidos: Editora Cidade Berço – Apartado 108, 4801–910 Guimarães Telf: 253.412319 / 

Telm: 919 632 633 / Email: barrosodafonte@gmail.com - 10 euros.


A capa, reproduz um momento da inauguração do «Monumento aos Combatentes do Ultramar», tendo como fundo a expressiva obra d’arte e em primeiro plano a bandeira da Associação de Combatentes do Ultramar e ostenta no coração a cruz dos Templários e a pegar no estandarte Barroso da Fonte (fato mais claro) e na contracapa, em mármore lavrado o epitáfio: «À MEMÓRIA DE TODOS OS SOLDADOS QUE MORRERAM AO SERVIÇO DE PORTUGAL». A par do túmulo ao soldado desconhecido este passa a ser um dos monumentos e símbolos sagrados da Pátria Portuguesa. O livro tem 156 páginas, com reproduções de jornais, fotos e outros documentos. O porquê deste livro, prende-se com a maioria das chefias militares gostarem de assumir todo o protagonismo dos projectos e acções esquecendo de quem, a montante, teve a ideia e lha entrega de mão beijada. Até nas operações militares uns assumem o risco e outros, no ar condicionado, aparecem ao público como heróis. Assim, aquando da reconquista de Nambuangongo, em 1961, pelas tropas lusas, desenvolveu-se a acção em três eixos de ataque com três batalhões sendo o 96 comandado, pelo mítico portimonense, Tenente-Coronel Armando Maçanita, que levava como apoio um pelotão de engenharia comandado pelo então alferes Jardim Gonçalves. A meados de Julho partem do Caxito rumo a Nambuangongo. A sua determinação em enfrentar o inimigo só pode ser comparada à de grandes heróis e os outros dois batalhões atrasam-se e os generais do ar condicionado queriam que os louros do triunfo fossem para o batalhão 114. A nove de Agosto está às portas da vila, o quartel-general em Luanda comunica-lhe, via rádio, para não entrar em Nambuangongo, que iriam ser lançados paraquedistas sobre a vila. Imediatamente o Ten.-Cor. Maçanita lhes diz que será ele quem vai entrar em Nambuangongo com o seu batalhão. Mais, avisa o quartel-general em Luanda que se lançarem paraquedistas serão tomados por inimigos e abatidos. Desligou o rádio para não alimentar mais conversa e a seis quilómetros de Nambuangongo, mandou avançar as tropas com a companhia 103 à frente e na sua testa três autometralhadoras a abrir caminho, com fogo rasante. Às dez horas de 10 de Agosto entra, triunfante, na vila. Maçanita recebeu pesadas acusações e mandado regressar à Metrópole. Ao encontrar-se com Oliveira Salazar (era no dizer da diplomacia inglesa das mentes mais sagazes) felicita o Maçanita, em vez de o castigar. Curiosamente conheci um soldado (de Mação/Castelo Branco) do Ten.-Cor. Maçanita que o endeusava e se orgulhava de servir a pátria sobre as suas ordens. Também, a ideia da construção do «Monumento aos Combatentes do Ultramar» foi gerada na «Associação Combatentes do Ultramar» (ACU) (criada em 1984), mais tarde «Associação Nacional de Combatentes do Ultramar» (ANCU), sendo seus mentores o barrosão, João Barroso da Fonte e Duval Bettencourt Gomes (1984). O General Altino de Magalhães (AM), Presidente da Liga de Combatentes, visitou a sede da ACU em Guimarães e fez-se sócio (1984). Em 1987, na sede da Liga foi formada a «Comissão Executiva» para erigir o Monumento aos Combatentes, sendo o Presidente da Liga, AM, designado Presidente da «Comissão Executiva». Sete anos depois, na inauguração do Monumento e noutros momentos, AM esqueceu-se de referir os antecedentes e avocou para si a paternidade do projecto. Esta atitude não caiu bem nos pais da ideia e nas associações implicadas e daí este livro, devidamente documentado, repor alguma justiça e memória histórica. Uma boa nota do Alferes Ranger, Barroso da Fonte, pela bravura mostrada em combate na região dos Dembos (Angola) pelo que foi agraciado com o prémio Governador-Geral de Angola. Afinal, o decano dos jornalistas portugueses e exímio manejador da pena também faz parte dos nossos bravos soldados que escreveram as mais gloriosas páginas da nossa História. Não percebi o porquê de o Município de Montalegre ainda não ter proposto à «Chancelaria das ordens honoríficas portuguesas» para serem agraciados os dois grandes lutadores pelo Barroso e pela nossa região, Barroso da Fonte e Padre Lourenço Fontes? Estas duas «fontes» inspiram-nos e orgulham-nos com vidas plenas. Até vem a propósito, pela avançada idade destes dois vultos barrosões e estamos em ano de eleições autárquicas, sendo de elementar justiça. Parabéns ao Padre Fontes e ao Barroso da Fonte pelas vidas em prol das letras e dos saberes. Parabéns ao Armando Palavras por mais esta obra oportuna, que pode ser pedida: jpedrombf@gmail.com ou 919632633.

https://tempocaminhado.blogspot.com/2025/04/o-sal-da-historia-em-notas-da-minha.html

1 comentário:

  1. Muito oportuno comentário para alertar as mentes esquecidas e lembrar os hroicos combatentes da GU - Guerra do Ultramar.

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