O autor desta nota conseguiu um exemplar desse livro, que foi traduzido em 2014 para português contemporâneo pelo docente Américo Augusto Ferreira, já com a idade de 96 anos e ainda vivo. Dia 24 de Junho desse ano, essa reedição traduzida foi apresentada no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, por dois académicos de inegável competência científica: Armando Malheiro da Silva e Pedro Vilas Boas Tavares, numa tiragem de 500 exemplares. Nas 80 páginas explicativas que integram a edição moderna, estes dois profissionais congregaram muita matéria sobre a importância de S. Teotónio e de todos os cónegos regrantes do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, nas origens da nacionalidade e, concomitantemente, no apoio ao Rei Fundador. Essa junção geracional iniciou-se com a vocação do jovem Teotónio, vindo ao mundo no lugar de Tardinhade, no Alto Minho. Com 12 anos juntou-se, em Coimbra, com o seu tio D. Crescónio que foi bispo da diocese de Coimbra. Em 1098 morre seu tio e Teotónio transfere-se para Viseu, aí continuando os estudos, junto do Prior da Colegiada dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Com o receio de ser nomeado Bispo de Viseu, deixa Portugal e faz-se ao mundo, como um pobre e humilde peregrino com destino à Terra Santa de Jerusalém. Aí demora-se um ano imitando os últimos passos da vida de Cristo. Entretanto volta a Portugal. Após alguns anos, volta à Terra Santa. Durante a viagem, já no mar Egeu, levanta-se uma forte tempestade que ameaçava naufragar o barco em que ele e outros peregrinos seguiam. Teotónio, que desde jovem era considerado pela sociedade um homem de Deus, dirige-se aos pobres aflitos navegantes para que se arrependessem dos seus pecados. Toda a tripulação se confessou. E nesse clima de arrependimento, choro e aflição, o vento parou e o mar transformou-se em lago sereno e tranquilo. Terminada essa nova visita à Terra Santa, regressa a Portugal, ainda Condado Portucalense. E é nesse clima de fé, de crença e de solidariedade humana que os cónegos de Santo Agostinho resolvem fundar uma comunidade em Coimbra, elegendo S. Teotónio como D. Prior-Mór de Santa Cruz. Foi em 1131, ano em que Afonso Henriques resolveu mudar a sede do condado para Coimbra. Essa vontade comunitária alastrou a todo o espaço conquistado e a conquistar, mais para sul e nascente do que para norte e poente. Coimbra soube acarinhar o coração de Portugal, com a cabeça a norte, Trás-os-Montes ao centro e, o resto do corpo, a sul.
Portugal vai celebrar 900 anos em
24 de Junho de 2028
Os benefícios que advieram dos
Cónegos de Santo Agostinho e da Santa Cruz de Coimbra ressentiram-se até nós.
Os efeitos providenciais dessa expansão perduraram até hoje, prestes a
completarem-se os 900 anos do nascimento de Portugal, que vão celebrar-se em 24
de Junho de 2028. Foi nesse dia, mas no ano de 1128, que nasceu Portugal na
sequência da vitória do infante D. Afonso Henriques e seus apoiantes sobre os
partidários de sua mãe e dos irmãos galegos Peres de Trava, na Batalha de S.
Mamede.
A Grã Ordem Afonsina (GOA) nasceu em
2019, em Guimarães, com o expresso propósito de mostrar ao mundo a epopeia
histórica da Portugalidade. A GOA vai participar, no dia 18 deste mês, nas
comemorações dos 934 anos do nascimento de S. Teotónio. Valença respeita,
anualmente, essa data, em homenagem a esse ilustre filho da freguesia de
Ganfei. E, dias 18 e 19 de maio, a Fundação Rei Afonso Henriques, que tem sede
em Zamora, concentrar-se-á, em parceria com a Grã Ordem Afonsina, na Sé de
Catedral daquela cidade espanhola, onde o jovem Afonso Henriques se armou
cavaleiro em 1125.
A GOA já distribuiu o programa para
essa concentração que entrará, de ora em diante, no calendário da identificação
dos caminhos que o nosso rei fundador percorreu, entre Coimbra, Guimarães,
Zamora e afins.
Para quem pretenda mais informações: portugal9seculos@gmail.com é o endereço a visitar.
Barroso da Fonte
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