A VIDA - Barroso da Fonte (Montalegre ,19 de
Fevereiro de 1939)
Perdeu-se. Já lá vai. Não volta mais
-Ó vida, como és enganadora!
Iludiste-me em criança e agora
Queres ainda os vãos restos mortais?
Onde estão as promessas joviais,
Juramentos, queixumes, que outrora,
Fizeste meigamente, sedutora?
Fala. Porque não falas? Queres mais?
Tudo te dei e tu nada me deste,
De tantas honras que me prometeste
E que, afinal, nada delas vi.
Deixa-me, pois, que quero descansar
E, se alguém por ti me perguntar,
Eu dir-lhe-ei que não te conheci.
In Braços Duma Cruz (1958/1959/1960/1961)
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