A última Árvore de Natal / Nadir Afonso (2012) |
NATAL
Fim… Não se sabe donde
sopra o vento…
As terras e o mar olham com espanto
a extensão afogada em desencanto,
em falsa verdade, em legal tormento.
Houve, dizem, em tempos um momento…,
Deves saber, de sacrifício santo…
se houve… nós fizemos do teu manto
o inverno deste nosso pensamento.
Sim… Procura ter dentro da bondade
um sentimento de oportunidade
e vê na lama… a cor azul que é linda…
E vê que nunca a noite foi tamanha…,
nem houve tantos, em torno da montanha,
olhando o céu, esperando a tua vinda…
Jorge
de Sena
24/12/38
Amigo(a)s,
Inspirada num dos primeiros
poemas de Natal do escritor e poeta Jorge de Sena e na última árvore de Natal do
pintor Nadir Afonso, compus este cartão de Boas Festas, elegia em poesia e
pintura, minimalista, a pensar em Vós e que Vos dedico.
São ainda olhares da magia
infantil que acendem a alma ressequida
Enquanto no correr dos dias, dia
a dia,
atravessamos realidades e
existências disfóricas.
Carreamos medos, revoltas surdas e
melancolias
segredos de quem vagueia sem
norte por atalhos e sarilhos
Olhos baços de morticínios e
desgraças ao redor do mundo
Gritos de dor em terras
devastadas pela crueldade cega dos homens
Porém, milhões de estrelas
cadentes e partículas subatómicas nos sorriem no cosmos:
"tudo
o que já foi, tudo o que é e tudo que será" (C.Sagan).
Votos
de que a esperança nos não falhe…
Com um forte abraço de
Santo Natal e bom Ano Novo
Otília Lage
12 de Dezembro de 2023.
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