domingo, 12 de novembro de 2023

A TEIA SOCIALISTA

Com os devidos créditos a Alexandre Afonso, deixa-se aqui  o mapa da Teia da Família Socialista do tempo de António Costa, que dada a sua extensão, só pode ser devidamente apreciado clicando na imagem e fazendo zoom.



A TEIA  - com comentários

(Escutas)

Lacerda terá entregue “transcrição de conversa” de Costa com [responsável da] Google

Presidente da Start Campus terá entregue transcrição da conversa do primeiro-ministro a empresa suspeita de corrupção

 

Mariana Oliveira – PÚBLICO, 10 de Novembro de 2013

 

O advogado Diogo Lacerda Machado, amigo próximo do primeiro-ministro António Costa, foi escutado, em Março deste ano, a comprometer-se com Afonso Salema - presidente executivo da empresa responsável pelo megaprojecto para a construção de um gigantesco centro de armazenamento de dados digitais em Sines, para quem trabalhava como consultor - a enviar a “transcrição da conversa” que o líder do Governo terá mantido com um responsável da Google por por causa de um importante sistema de cabos submarinos que vai ligar o território português, as Bermudas e os Estados Unidos. [É claro que a Google e todas as gigantes tecnológicas vão ficar a partir de agora com uma “óptima impressão” da fiabilidade e “discrição” de Portugal para negócios deste tamanho com governantes!! Vão todos “adorar” investir em Portugal!! Era mesmo distso que precisávamos para o atrair!]

Este projecto da gigante tecnológica só seria anunciado publicamente seis meses mais tarde, em final de Setembro passado, apesar de, segundo o Ministério Público, já ser do conhecimento dos responsáveis da empresa responsável pelo megaprojecto dos data centers, a Start Campus, pelo menos desde Dezembro de 2022. Isso mesmo foi revelado por uma outra intercepção telefónica, referida no despacho em que os procuradores resumem os factos e crimes imputados a cada um dos cinco detidos da Operação Influencer. Essa conversa, entre dois executivos da empresa dos data centers, ocorreu após uma reunião de Salema com o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, os dois detidos esta terça-feira.

Este negócio tinha um interesse especial para a Start Campus, já que a empresa, detida por dois importantes fundos de investimentos, tinha a expectativa que a Google viesse a tornar-se sua cliente [Podem dizer-lhe adeus!!] alojando um dos seus gigantes data centers precisamente nos vários edifícios da Start Campus em Sines (o primeiro edifício do projecto Sines 4.0 está em fase de conclusão), que serão alimentados a 100% por energias renováveis.

“Perspectivando-se que a Google viesse a ser cliente da Start Campus e, em simultâneo, procedesse à instalação de cabo submarino a partir da América do Norte e com a amarração em Sines, qualquer acto ou notícia relativa a cabos submarinos e/ou à Google revelavam-se da maior importância para a Start Campus”, escrevem os três procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que dirigem este inquérito.

Além dos cinco detidos esta terça-feira (rol que, além de Escária e Salema, inclui Lacerda Machado, o presidente da câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, e Rui de Oliveira Neves, vogal executivo da empresa responsável pelo projecto Sines 4.0 e também sócio de uma das maiores sociedades de advogados do país, a Morais Leitão), foram ainda constituídos mais quatro arguidos.

Os nomes de dois, o ministro das Infra-estruturas, João Galamba, e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, já eram conhecidos desde terça-feira. Esta quinta-feira foram conhecidos os restantes dois. Trata-se do antigo secretário de Estado João Tiago Silveira, que ocupou esse cargo quando Costa era responsável pelo Ministério da Justiça, e que agora também é sócio da Morais Leitão e da  empresa Start Campus S.A..

Apesar de ser uma pessoa colectiva, os procuradores fizeram questão de a apresentar a interrogatório. Caberá a Afonso Salema responder em nome próprio e igualmente em representação da sociedade Start Campus S.A., que poderá ser obrigada a pagar uma avultada caução como medida de coação.

Haverá, contudo, dois advogados distintos a representar Salema e a empresa, já que os interesses de ambos podem não ser compatíveis. Em termos pessoais, Salema é defendido pelo advogado Pedro Duro, enquanto a representação da Start Campus S.A está a cargo de Paulo Farinha Alves, da PLMJ, sociedade que já trabalha com aquela empresa há algum tempo.

Ontem, os advogados dos detidos estiveram praticamente o dia todo a ouvir escutas que o Ministério Público usa nas suas imputações, mas que não se encontram ainda transcritas.

Só já depois das 17h é que o primeiro detido, Nuno Mascarenhas, começou a ser ouvido pelo juiz Nuno Dias da Costa. Às 22h, este arguido continuava a ser ouvido, não sendo, por isso, expectável que os interrogatórios terminem esta sexta-feira, já que ainda falta ouvir os restantes quatro detidos.

Na quarta-feira problemas técnicos impediram a audição das escutas telefónicas. Os defensores, contudo, não estiveram de braços fechados, tendo aproveitado para consultar o processo, numa maratona que se prolongou até depois da meia-noite. Entre algumas pessoas envolvidas na investigação causou perplexidade o facto de advogados e detidos terem estado na mesma sala durante algumas horas, o que não é comum em casos destes (para evitar qualquer concertação de versões); no entanto, fonte oficial da comarca de Lisboa garantiu ao PÚBLICO que a consulta decorreu na presença de oficiais de justiça e que foram dadas instruções precisas para não haver interacção entre os presentes. [Pois, pois!! Nos processos dos tubarões, as ilegalidades são mais que toleradas!! ]

Na versão do Ministério Público, João Tiago Silveira, que coordena o departamento de urbanismo e ambiente da Morais Leitãoestaria a preparar um diploma para o Governo com o objectivo de simplificar licenciamentos para infra-estruturas industriais de plataformas logísticas. Terá sido a pedido da Start Campus, nomeadamente do seu colega na Morais Leitão, Rui de Oliveira Neves, que Silveira alegadamente, escreveu uma alteração ao diploma que permitia alargar aos data centers este regime simplificado. 

[Devagarinho, que eu sou de compreensão lenta e preciso de perceber: Um tal Silveira, antigo secretário de Estado, que agora é advogado sócio da Morais Leitão, mas também é sócio da Start Campus (!!!), escreve alterações de um diploma legal, a pedido de outro advogado, seu colega na Morais Leitão, mas também vogal na empresa responsável pelo projecto Sines.4. Essas alterações destinam-se a “simplificar licenciamentos para infra-estruturas industriais”, tal como convinha à Start Campus!! que tinha e tem um projecto de instalação de um enorme edifício, o tal Centro de Dados Digitais, nada menos que numa Zona de Conservação da Natureza, que convinha a estes grandes “amigos do Ambiente”que fosse arredada para outro lado !! Esse diploma legal, assim FABRICADO À MEDIDA DE INTERESSES PRIVADOS por advogados que a eles estão ligados, iria ser levado por João Galamba, como responsável por aquele decreto-lei, ao Conselho de Ministros!!!Ou seja, João Galamba, ministro de um Governo de Portugal, prestava-se:

a) a que os advogados da Morais Leitão lhe fizessem para ele o trabalho que devia ser do seu gabinete, que é para isso que lá tem acessores jurídicos que, sendo pagos por NÓS, devem tratar SÓ dos NOSSOS interesses E NÃO dos de empresas privadas;

b) Pior! Levava a Conselho de Ministros, como se fosse trabalho seu, uma proposta de lei que tinha por fim "facilitar" a vida à Start Campus!!! Tal vai a CORRUPÇÃO!!!]

Essa sugestão acabou, contudo, por não ser integrada no diploma aprovado há dias em Conselho de Ministros, porque terá chegado tarde demais às mãos de João Galamba, o responsável por aquele decreto-lei.

[Além de CORRUPTOS são incompetentes, dos tais atrasadinhos que deixam tudo para o último minuto da última hora!!!]

 B.S.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

"Momentos" do IV Congresso Transmontano

Momentos do IV Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizado em 2018, agora relembrados no livro das actas publicado recentemente, Se...