Néctar divino de excelsa colheita
Em lagar romano pisado
Para ser degustado
Por quem do outro lado
Serenamente espreita
Oh, mui Nobre Princesa
Que esbanjas candura
Quando passas em formosura
Os soldados de armadura
Ajoelham perante Real beleza
Ah! Se teus amantes soubessem
De tua cruel vida macabra
Prisioneira em pernas de cabra
Enquanto formosa face é glabra…
Melhor seria, antes que padecessem
Gozai, meus senhores, gozai
Deste puro-sangue que a videira deu
No Monte do Cercado foi plebeu
E na mesa da Princesa subverteu.
Oh, incautas almas, tombai!
:..
𝑵𝑶𝑻𝑨:
Este poema foi construído com base em duas lendas de Torre de Dona Chama:
1 - 𝗗𝗼𝗻𝗮 𝗖𝗵𝗮𝗺𝗮, senhora que mandava no castelo edificado no Monte de São Brás, tinha cara de dama, pernas de cabra e seduzia os homens. Depois, antes que partissem e revelassem o terrível segredo, matava-os;
2 - 𝗣𝗼𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗩𝗶𝗱𝗿𝗼 que, não passou do imaginário do povo, ligaria dois montes:
2.1 - Cercado - onde está o Lagar Romano, visível na fotografia;
2.2 - São Brás - cabeço ao fundo na fotografia, onde vivia Dona Chama enclausurada em seu castelo.
©𝑻𝒆𝒓𝒆𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝑨𝒎𝒑𝒂𝒓𝒐 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂,18-10-2020.
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