Sugestões ao Exmo. Revmo. Dom Nuno Almeida!

 

Por JORGE  LAGE

Os meus parabéns por esta eleição para a Diocese de Bragança e Miranda.

As suas raízes telúricas estão no interior, Terras de Sátão - Viseu, Terras de Viriato, a Beira Alta abençoada, por isso, não vai estranhar muito as terras agrestes do Nordeste, tão ermamadas e tão ostracizadas, sendo as nossas gentes próximas dos amigos beirões.

A diocese de Bragança e Miranda é muito pobre comparada com o mini-Vaticano que é arquidiocese de Braga, sendo preciso muita imaginação e criatividade para o sucesso. Pelo menos fazer a devida desvalorização dos colaboradores/as de palanque e elevar os humildes.

Por isso, o esquecido Nordeste Transmontano apresenta-se como um desafio acrescido para a acção pastoral que o espera.

Os nossos velhos (em que me incluo) têm de ser mais apoiados e acarinhados, a fim de  se quebrar um quase criminosos isolamento e abandono.

Em tempos, em Mirandela, duas equipas de futebol terão entrado em campo com cães pela trela e ajoelharam-se para que os mirandelenses adoptassem cães. As pessoas mais vulneráveis nunca deviam ficar atrás dos animais e os mais velhos fomos criados nos meios dos animais, sendo uma extensão da família.
Mas, em Trás-os-Montes e Alto Douro haverá cerca de 8.000 (oito mil) velhos a viverem sozinhos e ninguém, ou quase ninguém, faz nada, se não atirarem com eles para «asilos ou armazéns de velhos». É uma dor de alma ver como a maioria das pequenas comunidades que evitam os velhos a quem tanto devem!
Ao procederem assim, os de meia-idade estão a dizer aos mais novos como os devem tratar na velhice.
O que sugiro a V.Exa. Revma é desafiar as nossas comunidades, mesmos as que gravitam em volta dos adros das igrejas, a apoiarem os seus mais velhos isolados, com visitas locais e os habitantes mais novos dessas localidades, terem uma palavra amiga, seja de cumprimento diário, sejam uns curtos minutos de conversa.

Como leigo em matéria pastoral penso que será tão agradável aos olhos de Deus e dos Santos, um pequeno diálogo, um pequeno favor, um chegar de um copo de água ou uma palavra amiga de apoio, a um velhinho, como uma oração.

Os Evangelhos referem os bons exemplos, tanto ou mais que as orações: o bom samaritano, o diálogo com a samaritana, a cura dos leprosos, o encontro com outros.

Assim, se dedicar especial atenção aos velhos, às crianças e aos jovens e às comunidades mais pobres será abençoado por Deus e dará o melhor exemplo aos que praticam mais a religião de fachada para corrigirem o seu mode de estar na comunidade.
Depois, os nossos párocos mais jovens têm que ir muito além das missas, baptizados, funerais e da internet e de puxarem dos galões em que são investidos, bem como da função social com os que os elogiam.

Há tanto trabalho a fazer nas nossas paróquias em prol dos que mais precisam que toda a ajuda devia ser aceite, pondo de lado a tentação de que o pároco é a centralidade da comunidade, mas antes em entre os demais que dá o exemplo no duro trabalho do dia-a-dia.

Atrevo-me a indicar o Rexmo Cónego Silvério Pires como alguém que o pode ajudar ou a aconselhar, porque a experiência é muita, e que une as pequenas comunidades desunidas e pugna como ninguém pelos bens patrimoniais das paróquias.

Na minha pequena aldeia tem sido incansável de congregar a comunidade e a mobilizar. É uma bênção para aldeia o ele paroquiar tão pequena aldeia.

Estou certo que à semelhança do Excelentíssimo Revmo Arcebispo Primaz de Braga, Dom José Cordeiro, vai ser uma bênção para a diocese de Bragança e Miranda e para as comunidades, em especial os velhinhos/as, as crianças e jovens e para os mais humildes e esquecidos da sociedade. Todos merecem uma palavea amiga de esperança e conforto.

Que Nossa Senhora do Amparo o cubra de bênçãos e de sucessos pastorais e temporais.
Jorge Lage
Jorge.j.lage@gmail.com