terça-feira, 28 de dezembro de 2021

The Lost Mary


Em 2006, James D. Tabor, publicou este livro, cuja sinopse da Wook diz: “Durante uma escavação arqueológica em Israel, James D. Tabor encontrou aquilo que acredita ser o túmulo da família de Jesus. O autor acredita que Jesus foi o primeiro filho de uma família real, composta por quatro irmãos e duas irmãs, descendente do Rei David de Israel. Em vez de estabelecer uma nova religião, Jesus estabeleceu uma família real, em vez de ser fundador de uma Igreja, Jesus tinha como objectivo reclamar o trono de Israel. Pouco antes de morrer, Jesus estabeleceu um Governo provisório com doze oficiais regionais, correspondente às doze tribos ou distritos de Israel. Depois de ter sido crucificado pelos romanos, o seu irmão mais novo, Tiago, foi encarregue de liderar o movimento de cristianismo. Quando este faleceu passou o testemunho a Simão, segundo irmão de Jesus que governou durante 45 anos. Todos estes factos, que sobrevivem ainda hoje no Novo Testamento e em trechos e pedaços da tradição posterior do Cristianismo, foram claramente esquecidos ou ocultados pela Igreja. Todos ouvimos falar de Pedro, Paulo e João, mas Tiago e a restante família de Jesus foram apagados da memória cristã”.

Estas investigações de James D. Tabor, fundamentam-se num achado arqueológico, o túmulo de Talpiot. Tabor dedica algumas páginas a este achado. Seguem as primeiras quatro:




A revista Sábado desta semana, destaca na capa estas investigações, agora avançadas noutro livro do arqueólogo/historiador, publicado recentemente: The Lost Mary. Ainda não o lemos, porque o seu acesso não tem sido fácil. Contudo, lemos a peça da Sábado. E pelos vistos, não adianta grande coisa ao livro de 2006. E as fontes que na peça são mencionadas são as mesmas de 2006. Há um nome, porém, que se não destaca nesta peça: São Judas Tadeu. Irmão de Santiago o Menor, foi um dos doze apóstolos, distinguindo-se de Judas Escariotes pelo sobrenome Tadeu que, segundo Alban Butler, significa louvor ou confissão.  Lebeu é, porém, o sobrenome que consta no texto grego de São Mateus, segundo este autor.

Embora os Evangelhos o não afirmem, nem expliquem detalhadamente, consoante a interpretação, o seu parentesco com Tiago faz dele primo ou irmão de Jesus.

O seu papel nos Evangelhos é nulo. Com efeito, a primeira vez em que é neles mencionado, é na Última Ceia. Após a morte de Jesus teria difundido, juntamente com São Simão, a doutrina cristã na Síria e na Mesopotâmia.

Por volta do ano 70 teria morrido a golpes de maça aos pés de uma estátua de Diana. Existem várias tradições com variantes diversas sobre a sua morte. Umas relatam que ele e Simão teriam sido mortos em Edessa ou em Ararat, na Arménia, país aliás, onde Judas é muito venerado. Outras sustentam que Judas morreu de morte natural na Beócia, na Grécia Central, ou ainda que teria sido enforcado numa oliveira naquele país.

E porque razão se menciona aqui este apóstolo? Por uma simples razão: O primeiro texto primitivo cristão que se conhece onde consta a existência da família de Jesus, mencionando Judas como seu irmão, é o de Hegésipo, do qual apenas temos conhecimento pela referência que lhe faz Eusébio (n.260) na sua História Eclesiástica (HE, 3.19.3.20.7). Nesse mesmo texto é referido que os netos de Judas sobreviveram até ao tempo de Domiciano (EUSÈBE, Histoire Eclésiastique, L. I-V, Trad. Émile Grapin, Alphonse Picard et fils, Éditeurs, Paris, 1905, pp. 285-287). Conta-se que o imperador lhes não fez mal algum, apesar destes lhe terem confirmado serem descendentes directos da linha de David, porque constatou que eram agricultores e, deste modo, não eram uma ameaça para o Império (SORA, Steven, p.157).

Ora na peça da Sábado, o arqueólogo não refere Eusébio que, pelos vistos, é uma fonte com que contar. Mas refere-o, assim como Hegesipo, no livro de 2006, no que diz respeito a Tiago, o Justo (pp. 300-301 ), e a Judas Tadeu (p. 349).

Texto actualizado a 4/1/2022

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