O que
é que o Estado Novo e o Doutor Salazar têm a ver com isto? Nada. Admiram-se
porque é que no Estado Novo em 1940, Portugal tinha cerca de um terço do PIB per capita médio
dos países mais ricos da Europa. Nas vésperas do 25 de Abril, já era 60%. Mais, em 1985, já só era menos de 55%, antes
de voltar a convergir durante os 15 anos seguintes para mais de 65% no ano
2000. Ou seja, apenas houve cerca de 15 anos de convergência durante a
democracia: 1985-2000. Desde então, regressou a divergência. Ou seja, o período de mais rápida e mais sustentada convergência com a
Europa da nossa História foi anterior à Democracia. E admiram-se que
a melhoria do rendimento médio das pessoas teve, obviamente, repercussões
noutros indicadores sobre as condições de vida das populações, por exemplo,
a enorme queda verificada
na taxa de mortalidade infantil e os progressos conseguidos no
combate ao analfabetismo. Mais ainda, entre as crianças o problema secular do
analfabetismo em Portugal, que tinha sido 75% em 1900, estava
resolvido em finais do Estado Novo – em contraste com a Primeira República, em
que não tinha havido progresso.
Tudo isto foi dito por
Nuno Palma no colóquio do MEL, porque estes dados são conhecidos há muito. Factos
históricos, fundamentados em investigações sérias e estudos científicos,
publicados ao longo de vários anos em livros e revistas conceituadas, a nível
nacional e internacional – muitos deles por autores de esquerda, como José de
Silva Lopes ou Pedro Lains.
Ora é este regime "democrático", cujos relatórios internacionais mostram que Portugal já não é uma democracia liberal nem um país totalmente democrático, que sustenta uma nomeação como a de Pedro Adão e Silva que, durante anos defendeu esta escumalha (sobretudo José Sócrates) nos locais que lhe deram voz. Um regime que procura a todo o custo afastar o juiz Carlos Alexandre, o homem que mais conhece esta gente, do lugar que a incomoda. Um regime que a todo o custo se quer manter, obstruindo a ética republicana e democrática, colocando nos lugares do Estado gente subserviente, corrupta, que lhes permita a narrativa aldrabona que usam, manipulando tontos e laparotos.
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