
As
características especificas do Portugal de Setecentos, com a divisão de duas
regiões distintas (o litoral e o interior), com uma redistribuição péssima das
vias de comunicação e administrativamente entregue a um conjunto de
funcionários que estabeleciam os laços entre o poder central e o poder local e
regional, bem como a presença da poderosa Igreja Católica, não invalidaram que todo
o interior do país, nessa época, com as suas características específicas
manifestadas na própria arte local e nas “especialidades industriais” (lã,
seda, cerâmica, ferraria, etc.) mantivesse o tráfego entre as outras regiões e
com a área costeira de escoamento[1]. Como, aliás, aconteceu com todo o
território transmontano.
Esse tráfego
entre tregiões, permitiu, ao tempo, que os artistas e artífices deambulassem
por toda a região duriense, numa actividade construtora constante, permitindo a
elaboração de novas estruturas artísticas ou a renovação das já existentes
(algumas vezes pagas a troco de géneros – neste caso vinho[2]), a partir de parcerias ou
sociedades criadas para o efeito, oriundas de pequenas oficinas locais e
regionais.
Continue a ler AQUI o estudo agora publicado no nº 70 da revista Tellus (Vila Real), cujo Director, A. M. Pires Cabral , é um dos nomes maiores da escrita transmontana (e do país).
[1] A tal propósito, cf. TEIXEIRA, José
Monteiro; Triunfo do Barroco –
Fundação das Descobertas, Centro Cultural de Belém, Junho de 1993, p. 22
[2] Antologia de Autores Transmontanos, Durienses e da Beira Transmontana (Coord. Armando Palavras), Ed, Csa
de Trás-os-Montes e Alto Douro, Lisboa, 2018, pp.586-594.
[3] A propósito da intervenção de
artistas e artifices na diocese de Lamego, cf. LAMEIRA, Francisco (entre
outros), Retábulos na Diocese de Lamego,
Departamento de Artes e Humanidades da Universidade do Algarve / Diocese de
Lamego, 2017, pp. 33-46. Este acervo documental foi especialmente coligido por
Virgilio Correia, Alexandre Alves e M. Gonçalves da Costa. Recentemente a ele
se dedicou Carla Queirós. Nós acrescentámos-lhe cerca de três dezenas que aí
laboraram já na segunda metade do século XVIII, em estudo publicado na revista
Tellus, nº 65 (2016, pp. 25-54.).
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