quarta-feira, 10 de julho de 2019

Oficinas, sociedades e parcerias de artífices e artistas na arte periférica duriense na época de Setecentos





As características especificas do Portugal de Setecentos, com a divisão de duas regiões distintas (o litoral e o interior), com uma redistribuição péssima das vias de comunicação e administrativamente entregue a um conjunto de funcionários que estabeleciam os laços entre o poder central e o poder local e regional, bem como a presença da poderosa Igreja Católica, não invalidaram que todo o interior do país, nessa época, com as suas características específicas manifestadas na própria arte local e nas “especialidades industriais” (lã, seda, cerâmica, ferraria, etc.) mantivesse o tráfego entre as outras regiões e com a área costeira de escoamento[1]. Como, aliás, aconteceu com todo o território transmontano.
Esse tráfego entre tregiões, permitiu, ao tempo, que os artistas e artífices deambulassem por toda a região duriense, numa actividade construtora constante, permitindo a elaboração de novas estruturas artísticas ou a renovação das já existentes (algumas vezes pagas a troco de géneros – neste caso vinho[2]), a partir de parcerias ou sociedades criadas para o efeito, oriundas de pequenas oficinas locais e regionais.
É a estes artistas e artifices intervenientes na região duriense, que o escrito que se segue se dedica. Trata especificamente dos concelhos de São Pedro do Sul, Sernancelhe, Moimenta da Beira (pertencentes ao bispado de Lamego[3]) e dos concelhos do Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio, Resende (antigas terras de Penaguião), e Vila Real (FIG. 1).
Continue a ler AQUI o estudo agora publicado no nº 70 da revista Tellus (Vila Real), cujo Director, A. M. Pires Cabral , é um dos nomes maiores da escrita transmontana (e do país).



[1] A tal propósito, cf. TEIXEIRA, José Monteiro; Triunfo do Barroco – Fundação das Descobertas, Centro Cultural de Belém, Junho de 1993, p. 22
[2] Antologia de Autores Transmontanos, Durienses e da Beira Transmontana (Coord. Armando Palavras), Ed, Csa de Trás-os-Montes e Alto Douro, Lisboa, 2018, pp.586-594.
[3] A propósito da intervenção de artistas e artifices na diocese de Lamego, cf. LAMEIRA, Francisco (entre outros), Retábulos na Diocese de Lamego, Departamento de Artes e Humanidades da Universidade do Algarve / Diocese de Lamego, 2017, pp. 33-46. Este acervo documental foi especialmente coligido por Virgilio Correia, Alexandre Alves e M. Gonçalves da Costa. Recentemente a ele se dedicou Carla Queirós. Nós acrescentámos-lhe cerca de três dezenas que aí laboraram já na segunda metade do século XVIII, em estudo publicado na revista Tellus, nº 65 (2016, pp. 25-54.).

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