De: Acílio da Silva Estanqueiro Rocha
Perdi a conta ao nº de vezes que entrei nesta
Catedral! Já em 1970, quando estudante, fui com 3 colegas meus nos meses de
Julho e Agosto trabalhar numa fábrica de produtos de alimentação em Levallois
(Nordeste de Paris), e lembro-me bem que, no 1º sábado livre, o primeiro
monumento que visitei foi a Notre-Dame, e que me senti completamente envolvido
com a profusão e profundidade de arte, logo ao chegar à porta de entrada;
lembro-me que parei, estupefacto, esmagado pela arte na pedra, pois não havia
nada que não estivesse minuciosamente trabalhado. Parecia não ser já pedra, mas
uma - desculp-se-me a quase contradição - uma "matéria espiritualizada!
Sei que aí voltei então algumas vezes mais... Uns anos mais tarde, quando
preparava o doutoramento na Sorbonne, era o sítio onde ia mais vezes, após a
Sorbonne (onde ia praticamente todos os dias), também ela um outro monumento
magnificente. O seu interior (da catedral) era envolvente, e eu andava por todo
o seu interior, vendo com esculturas extraordinárias, quadros impressionantes,
vitrais maravilhosos.
A luminosidade tomava conta de nós, e uma demora aí
ajudava muito a pensar e a reflectir. A liturgia, essa era empolgante! Lembro-me
também bem que procurava arranjar tempo para ir ao concerto de órgão do domingo
ao fim da tarde, em que havia por norma um organista célebre convidado para
tocar no grande órgão; e ia com alguma antecedência se queria ter lugar
sentado, senão sentava-me no chão como tantos jovens, como eu era na altura! E
o som do órgão a ressoar por todo aquele interior tão belo, fazia que não se
sentia o tempo a passar, com tal experiência de transcendência!
Aí vão dois dossiers para recordar o que me
parece que é inultrapassável!
Boa Páscoa,
Acílio
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