Pertencentes à família das (leguminosae) e incluídas nas do género “cytisus”, a “scoparyus” (escova negral) e a “multiflorus” ("escova" branca) são as mais comuns na nossa aldeia. Para além da sua flor ser uma importante fonte de alimento na apicultura, as “escovas” serviram como fertilizante natural das terras cerealíferas até à generalização dos adubos industriais e desempenharam (desempenham) uma importante função no enriquecimento e fixação dos solos. Eram também, depois de cortadas em pequenos pedaços, utilizadas na confeção de compostagem (estrumeiras) e nos estábulos (loiges), misturadas com palha de cereal, como cama para os animais. Os caules mais rijos, junto à raiz, os “chaquiços”, eram separados e aproveitados nas lareiras. Atendendo ao emaranhado de caules existentes no “chaquiço”, era comum o paralelismo relativo ao cabelo despenteado:
- “Vai a tratar desse pêlo que está c`m`um chaquiço e esgarriçó bem esgarriçado!”.
Por existirem em abundância e serem de combustão rápida eram também utilizadas para aquecer os fornos do pão e nas fogueiras do S. João. O saber popular dizia da sua utilização como combustível:
-“lume de giesta, lume de festa, acabou-se a giesta acabou-se a festa”.
As fogueiras do S. João, os “malhões”, a cura das “verrugas” e as “maias” revelam do seu envolvimento místico.
Nas “mezinhas”, a sua flor depois de seca, ministrada em chá, tinha importantes poderes curativos: Palpitações, infeções urinárias e eliminação de líquidos do organismo. A sua ação diurética repercutia-se na pastorícia durante a floração: diminuía a quantidade de gordura no leite das ovelhas e consequente (perda) na qualidade do queijo. O queijo da “flor da escova” por norma não era selecionado para guardar para tarde e, por ficar “olhudo”, comia-se a meia cura.
Nas lides de casa eram de “escova” as “bassoiras” (um conjunto de “fronças” fixas por dois anéis) que garantiam a sua varredura diária e foi desta utilização e proveniência que lhes valeu a identificação inglesa de “portuguese broom”.
J.V.
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