Uma parte da opinião
ficou esta semana escandalizada e até assustada com o ataque da Esquerda ao
governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e à Presidente do Conselho de
Finanças Públicas, Teodora Cardoso, com as proezas de um bando de idiotas numa
universidade qualquer, que impediram Jaime Nogueira Pinto de fazer uma
conferência para que aliás fora convidado, e, finalmente, com o veto do
primeiro-ministro a Teresa Ter-Minassian, proposta por Carlos Costa e pelo
Tribunal de Contas para o Conselho de Finanças Públicas.
Não há razão para
surpresas. Esta aliança de “frente popular” não se interessa por salvar ninguém
da miséria ou por uma economia paralisada e pobre. Logo do princípio o seu
grande objectivo foi ocupar e dominar o Estado, de maneira a nunca ser removida
do poder. Uma política que Marcelo, na sua natural ligeireza e esquecido como
sempre de que é Presidente, aprecia e jura que está de “pedra e cal” ou mesmo
de “cimento armado” para eterna felicidade dos portugueses.
Claro que qualquer
instituição independente é para este benemérito regime uma provocação, seja o
Conselho de Finanças ou a rede ferroviária. Segundo Jorge Coelho, “quem se mete
com o PS leva”. Carlos Costa, Teodora Cardoso e outros réus de autonomia e
liberdade própria vão agora levar com um “organismo de cúpula” que os meta na
ordem e force a não destoar da mascarada estabelecida. Se a Geringonça durar
acabaremos na “democracia diferente”, em que um cidadão ande bem vigiado e em
que o governo controle a economia, como a que o dr. Cunhal nos preparava e, no
“11 de Março”, esteve quase a impor.
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