Já a Europa se
afastava de Estaline, com Raymond Aron na primeira linha, e Bertolt Brecht dedicava
versos a esse facínora. Os verdadeiros tipos das esquerdas são assim. Sabem que
um criminoso enviou para os Gulag mais de 20 milhões de pessoas, mas continuam
reverentes incondicionais ao monstro. E as esquerdas portuguesas do seu alto
pedestal, com a sua “superioridade moral” embarcam nos esquemas que criticam a
outros.
As esquerdas
portuguesas sabiam dos sarilhos da CGD (como sabem da lista dos que a arruinaram), mas tudo fizeram para que não fossem
reveladas todas as verdades que envolvem o processo de recapitalização da
mesma. E aplaude, como Sartre, esse plano de reestruturação de fechamento de
200 balcões e o despedimento de cerca de 2500 funcionários (dos melhores do
país). Mas ao mesmo tempo, com a hipocrisia que lhes vai no sangue, fingem que
nada sabiam. E fingem-se enormemente preocupados com o serviço público da instituição
e com o despedimento desses funcionários de alta qualidade. E aceitam sem
delongas que o tal “banco público” seja sujeito a uma privatização dissimulada,
quando concordam com a emissão de obrigações perpétuas para investidores
institucionais. Ou seja, um empréstimo permanente de investidores privados
relevante – 930 milhões. Mas há mais. Presume-se que estas operações (por
vantagens fiscais) se farão no Luxemburgo – um novo tipo de Offshore que as
esquerdas portuguesas apadrinham.
Actualizado em 5 de Agosto de 2017
Actualizado em 5 de Agosto de 2017
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