O
povo português (de um modo geral, os latinos) foi, desde sempre, propenso à
“corrupção”; à vigarice em casos específicos. A História demonstra-o com
clareza e transparência. Para o demostrar bastava acolhermos neste escrito, a
enormidade de episódios da época dos Descobrimentos, sobretudo depois de encontrada
a Índia por mar.
Vá
lá, por simpatia, esse tipo de acções era proveitosa para um certo tipo de
classes – o povo comum limitava-se ao desenrascanço.
Aquilo
que distinguiu os portugueses na época dos Descobrimentos, permitindo-lhes
manter um império colonial muito para lá do tempo previsível, tendo em conta a
“pequenez” do país, foi, em termos morais e éticos, a incorruptibilidade dos
seus capitães, dos seus comandantes! Se os de baixo se corrompiam, os de cima
eram incólumes a esse tipo de comportamento.
Hoje
é precisamente o contrário. Os de baixo continuam a desenrascar-se – um amigo
aqui, um amigo ali, facilitam a vida. Mas não passa disso. É uma consulta para
a semana seguinte (mas que demoraria um mês), é a possibilidade de falar com
determinada pessoa importante, e por aí fora. Comportamentos que em nada
prejudica o colectivo.
Inverteram-se
situações. Os corruptos, os vigaristas, são hoje os de cima. E o montante de
tais acções é tal que prejudicam o país para décadas, levando-o à BANCARROTA. Em
40 anos de democracia foram quatro vezes, sempre pela mão dos mesmos.
O
que levará o sr. Sócrates a processar o Estado? O que hoje se sabe da conduta
do cavalheiro não é tudo, mas já é muito.
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