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JORGE LAGE |
Na primeira
meia dúzia de dias em Edmonton a gripe da minha mulher confinou-nos bastante à
residência. É importante saber que no Canadá não se entra nas casas com o
calçado que se anda na rua, seja de que tipo for. O calçado fica à entrada da
porta, calçando-se uns chinelos de quarto ou anda-se em meias. É muito mais
higiénico e sentimo-nos mais à vontade dentro de casa, mesmo que nos rebolemos
na alcatifa. O aniversário do meu filho chegou rápido e juntamos os
«abastecimentos» de vários pontos da cidade. Os rissóis vieram de casa de um
casal de Sonim – Valpaços que nos ofereceu logo a casa (fico mais rico social e
culturalmente sempre que ouço a nossa gente simples e sábia). Mas o jantar, a
meio da tarde, foi numa vivenda de um casal amigo, «Barata», - Luís e Isabel (os filhos Filipe e Sofia),
com os pais do Luís (António e Zulmira) e da Isabel (a mãe Joaquina, a dominar
os mimos natalícios alentejanos). A esta família de sete membros, juntamo-nos
nós os cinco (somando a minha nora e a Laurinha, minha neta), mais um casal da
Covilhã, a Gabriela (que move montanhas) e o Leopoldo, da zona da Amorosa –
Viana do Castelo o casal Idalina e Jorge Coutinho. Casais de gente maravilhosa,
generosa e solidária de coração. Juntaram-se três colegas de trabalho do meu
filho (Ministério Regional de Energia de Alberta). Houve a projecção de um
flash da sua vida e comes e bebes, conversa e os parabéns. É claro que me
emocionei quando o meu filho disse umas breves palavras (tal como a minha Mãe o
fazia quando se despedia de mim). Depois, o repasto e muita conversa de gente
amiga que não olha a classes sociais mas à portugalidade. Ficaram as promessas
de visita, mas nem uma fizémos. O tempo não deu para nada e já estou numa idade
que prezo o sossego. Fazer anos é sempre uma despedida de um pedaço da nossa
vida que fica no caminho. Nestes dias ainda deu para termos uma refeição no
Restaurante «Sabor», um dos melhores de Edmonton, de dinheiros sul-americanos e
portugueses. O chefe, de Vila Verde do Minho, Adelino Oliveira, muito simpático
e a deixar transparecer quando puder muda-se para clima mais ameno, embora o
negócio lhe corra bem. Este clima extremo, no pico do Inverno, tem o condão de
ser seco e de um frio saudável, enquanto o clima marítimo das duas grandes
cidades (Vancouver e Montreal) que visitei era mais ameno, húmido e doentio
para mim. Depois, foi o fazer das malas para Vancouver e arredores. Voámos pela
Air Canada, uma companhia sem concorrentes de monta, a nível interno e a cobrar
dinheiro de vergonha, com um serviço do bordo quase inexistente. Em quatro
horas de viagem tivemos direito a um copo de água. Encontrei Vancouver cidade cosmopolita,
à beira do Pacífico, com um espesso nevão como há décadas não acontecia.
Capital da província de «British Columbia» (the Beautiful ou a Maravilhosa).
Aqui os inúmeros sem abrigo estavam espalhados pela cidade, rua sim, rua sim,
como jamais vira. O aluguer de um carro deu para fazermos umas incursões pela
cidade e pelos arredores. Uma das viagens foi a Whistler, estância turística
pela imensa neve e fraca comida. Comida intragável, mesmo um «risotto» que o
meu filho adora. Regressámos à cidade com um trânsito empastado e demorado. A
comida em Vancouver era razoável e os preços não eram exagerados. Fomos visitar
«Deep Cove», um belíssimo lugar preferido do Prof. Álvaro (amigo do meu filho e
agora vice-presidente da OCDE). A pequena baía envolvente, a natureza e as
«Seymour art Gallery» (pequenas lojas de
artesanato e pintura, bem como «The Deep Cove Cultural Centre», mantido aberto
por voluntárias. Uma simpática alemã era de uma atenção extrema e lá tive de deixar
o meu depoimento assinado. O «Stanley ParK» é um local aprazível e de vistas
sore a ria e cidade.Parque da cidade era maravilhoso. Na cidade, encantou-me o
passeio à beira da ria, ver as imensas casas de artesanato e arte, bem como no
mercado as variedades de comida a preços aceitáveis. Comi no «Sandbar», sobre a
ria, com grande conforto e uma vista soberba, a melhor refeição que fiz no
Canadá e a bom preço. A «Cidade Universitária de Vancouver» é bem maior que
Mirandela. Regressámos em véspera de Natal. (A Foto é de Vancouver).
Provérbios
ou ditos:
Queres castanhas? Vai ao burro de Pereira,
que as larga tamanhas!...
Quer no começo quer no fundo, em Fevereiro
vem o Entrudo.
Nem por muito madrugar que amanhece mais
cedo.
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