Tudo quanto até hoje foi divulgado sobre Vilar
de Ferreiros, está documentado e mencionado ainda que de forma sucinta em A
Ermida do Monte Farinha, de Primo Casal Pelayo; e com mais pormenor descritivo
em “Vilar de Ferreiros – na história, no espaço e na etnografia”, de minha
responsabilidade. Pela leitura sabemos que antes de ser a freguesia actual, foi
sede de município (mesmo que rudimentar), reguengo real, e gozou das mesmas regalias
municipais dos seus vizinhos de Ermelo. Localizada a 5km. da margem esquerda do
Tâmega, uma vez mais recordo este pedaço de terra transmontana de Basto, onde
nasci, e do pico do Monte Farinha dei liberdade ao meu pensamento para voar.
Foi,
em tempo de guerra (a 2ª Mundial), começar por calcorrear toda a montanha,
desde Vilar a Lamas-de-Olo, de Adoria a Macieira ou nas margens ribeirinhas do rio sagrado
“tameobrigus”, percorrer tudo quanto de caminhos e atalhos livres de Fermil a
Ribas permitiam passar de canastro de trigo ao ombro. Assim foi até vencer e
dobrar as cimalhas do Marão e da Lameira, e deixar para traz as terras de Santa
Senhorinha e em liberdade poder viajar…. Mas antes foram as aldeias todas da
minha freguesia a serem bem conhecidas: Campos, Cainha, Covas, Pedreira, Vila
Chão, Vilar de Ferreiros e Vilarinho. Ali aprendi a conhecer a flora e a fauna
da região, e já mais tarde a ser ferrenho defensor da sua história e do seu património
natural e construído. O
povoamento deste território iniciou-se muito cedo, remontando a épocas
pré-romanas, como atestam os vestígios arqueológicos espalhados a esmo por toda
a montanha e evidentes em fortificações castrejas localizadas,
estrategicamente, nos montes Farinha, Palhaços e Palhacinhos”. Estes últimos
dois nomes correspondem ao “Meão Grande” e “ Meão Pequeno”, títulos porque também
os conheci e conheço. O orago desta acolhedora freguesia é S. Pedro, cuja festa
se celebra, a 29 de Junho. E das figuras notáveis a quem deve vénia merece memória
o Abade de Miragaia, o Padre Joaquim Maria Rodrigues de Morais, o Padre Manuel
António de Morais Miranda, o Dr. Primo Casal Pelayo, D. António Valente da
Fonseca, D. António Cardoso Cunha, D. Joaquim Gonçalves e o Padre Manuel
Joaquim Correia Guedes. Lembrei-me fazer este arrazoado, no passado dia 11, por
ser o Dia Internacional do OBRIGADO.
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