sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Taveira da Mota destemido empresário Transmontano




BARROSO da FONTE
O JN de 14 do corrente dedicou toda a 12ª página a explicar o «Negócio da Confiança que abre guerra entre empresários». Ilustra esse desenvolvimento jornalístico uma foto do prédio Bracarense que durante décadas funcionou como fábrica dos sabonetes «confiança», garantido muitas dezenas de empregos. O encerramento desta unidade fabril engrossou a crise que, a muito custo, todos temos vindo a suportar. A crer nesta fonte de informação, Taveira da Mota que em 25 de Abril de 1974 era um empresário dos mais reputados da sua época, foi diminuído, humilhado e despojado dos seus haveres, por revolucionários que em nada tinham contribuído para o progresso social e que, de repente, se apoderaram daquilo que era alheio. No caso concreto não só pilharam o empresário, como o esbofetearam, o denegriram e o escarneceram, como se fosse um parasita social.
TAVEIRA da MOTA
A sua fortuna amealhada com o suor do seu rosto, com inteligência, com génio e com espírito de aventura, foi  pilhada, saqueada, reduzida à roupa do corpo.
 Nesse tempo do PREC de triste memória, ouvimos da sua própria boca esta lamentação: - se eu  recuperar mil contos, voltarei a ser um homem rico e um empresário de sucesso.
Taveira da Mota tinha, nessa altura, 46 anos de vida. Ficou reduzido à sua condição de homem desprezado pela sociedade para a qual  tinha contribuído, como poucos o haviam feito.
  No dia 13 deste mês completou 86 anos de vida. Celebrou-os no seu convento de Alpendurada, (Marco de Canaveses), rodeado das filhas, dos netos, de muitos amigos. Seria fastidioso enumerar aquilo que empreendeu, antes da pilhagem de que foi alvo e depois do revolucionário «assalto» de que foi vítima, apenas  por ter criado tantos postos de trabalho e por ser, honestamente, rico.
  No JN acima citado escreve-se que «Taveira da Mota reclama mais de meio milhão de euros a Hernâni Antunes que vendeu a Fábrica Confiança à Câmara de Braga».
    Lê-se no mesmo contexto que no dia anterior, o tribunal adiou o julgamento que opõe os dois conhecidos empresários». Nessa acção judicial Taveira da Mota, proprietário da antiga fábrica, reclama 573 mil euros à Urbinews, de que é proprietário Hernâni Antunes. Porque este vendeu à Câmara de Braga por 3,55 milhões o que comprara,  em 2002, por 2,5 milhões. A venda de 6.323 metros quadrados, em edifício, mais um prédio rústico anexo, foi acordado entre os dois empresários. Esse contrato previa o pagamento imediato de 1,496 milhões, mais duas prestações de 498 mil cada, garantidos por dois cheques.
 Diz a notícia do JN que a imobiliária (pediu à Caixa Geral de Depósitos para o negócio 2,992 milhões), não pagou o último cheque previsto, tendo-se recusado a fazê-lo, apesar de sucessivamente intimado, quer pessoalmente quer por carta». Diz mais: «O crédito, entretanto passado a um fundo imobiliário do Porto, levou Taveira da Mota a fazer um arresto da antiga unidade fabril e a meter uma providência cautelar para tentar impedir a venda à Câmara. O tribunal, contudo, rejeitou a providência, tendo o edifício sido vendido por 3,55 milhões, em 2011, após avaliação dos peritos». Verdade é que a autarquia bracarense pagou um milhão de euros a mais do que o valor da venda da fábrica». 
Em caixa lê-se ainda que o Bloco de Esquerda e a CDU votaram contra o negócio da Câmara de Braga e o BE chegou a apresentar queixa ao Ministério Público. Também em caixa escreve-se: «Donos de grandes fortunas em Tribunal» mencionando os currículos de Taveira da Mota e de Hernâni Antunes. Sobre Taveira escreve: «Nasceu em Vila Real. Herdeiro de uma grande fortuna, operou no sector das pescas de bacalhau e teve negócios na área da distribuição, do fabrico de sabonetes.


Comprou e recuperou, como nem o Estado conseguiria, o convento da Alpendurada que opera no turismo. É tido como homem de negócios e, sobretudo, como «homem de palavra». Foi, por muitos anos, Presidente da Direcção do Boavista, do Sport Clube de Vila Real e, sócio fundador nº 4 da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro do Porto, tendo sido proclamado Sócio e Presidente Honorário dessa Instituição regionalista que no mesmo dia em que celebrou a escritura adquiriu sede própria. Goza de uma cultura geral vastíssima, de uma lucidez intelectual brilhante e de uma frescura mental invejável.
 Numa altura de tanta incompetência, de tamanha crise social e de tão preocupante futuro para a sociedade Portuguesa, principalmente para os mais jovens, exemplos como o de Taveira da Mota devem ser saudados. Não só pela verticalidade da sua obra, como pela resistência face à longevidade,  como pelo espírito de aventura e pragmatismo das suas opções.
  Com uma dúzia de empresários deste nível, Portugal daria o salto que tarda e que só por inspiração transcendental, poderemos obter. ´Taveira da Mota é digno de figurar na galeria dos mais ilustres Transmontanos de todos os tempos.
                                                                                    Barroso da Fonte



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