segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Tó - in memoriam



                                                       in memoriam

Como todos os “retornados”, o Tó Roque também foi marcado para a vida com a tragédia da África portuguesa. Em Lagoaça (ah, quantos anos já lá vão!) apanhei um dos primeiros grandes “cagaços” quando, numa tarde quente de Verão, tive a ousadia de me sentar na sua moto, uma Honda 360 CB. “Vamos dar uma volta”, disse-me. Enfiámos em direcção à recta de Fornos. Quando dei conta, estávamos no cruzamento de Freixo. A meu pedido, “a tremer como varas verdes” (quase mijado), lá me fez a vontade. E na volta, em vez dos quase 200 à hora, rolámos a 50.
O Tó era meu primo, tinha três irmãs (a Mimi, a Fati, e a Nanda). Duas ainda são vivas (a Fati, e a Nanda) e a minha ligação com eles foi sempre de uma incomensurável Amizade. Os motivos foram (e continuam a ser) muitos e vários.
O Homem tem a particularidade (como os animais) de se não esquecer de quem lhe fez mal, mas as pessoas com princípios (de bem, como sois dizer-se), guardam sobretudo na memória (para a eternidade), aqueles (ou aquelas) que lhes fizeram bem. E o Tó fez-nos bem, assim como as irmãs e os respectivos maridos (O César, o Victor e o Octávio).
Acabámos a viver juntos durante largos anos, até que a vida nos separou. Há cerca de meia dúzia de anos, tornámos a encontrar-nos (antes de falecer a Mimi). Estive em casa do Tó (e da Fati e da Nanda) onde fui recebido como antigamente.
Era um grande Amigo.
Como os homens decentes, o Tó (daquilo que me recordo da juventude), da mesma forma que Mircea Cãrtãrescu, também se interrogava “porque gostamos de mulheres”.
in aeternum, Tó.
Mandocas


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