5 de Agosto, 2013por Filipa
Parreira, da agência Lusa
Nove crias de palanca negra
gigante nasceram desde o início de 2012 no Parque Nacional da Cangandala,
Angola, ao abrigo do projeto de conservação da espécie, anunciou o responsável,
Pedro Vaz Pinto, que espera mais seis crias este ano.
"Finalmente agora está a
começar a aumentar significativamente o contingente da Cangandala", disse
em entrevista à Lusa o biólogo angolano, que em 2003 lançou o Projeto de
Conservação da Palanca Negra Gigante e no mês passado recebeu em Portugal o
Prémio Internacional Terras Sem Sombra pelo seu trabalho pela recuperação da
espécie.
A palanca negra gigante é um
antílope raro que só existe na província angolana de Malanje e que se julgava
extinto por não ser avistado desde 1982. Em 2005, no entanto, a equipa de Pedro
Vaz Pinto conseguiu obter fotografias e análises de DNA que comprovaram que a
espécie não estava extinta.
Em 2009, num momento em que a
situação da espécie era de desespero - "os animais estavam mesmo a
desaparecer" - a equipa transferiu um macho da outra zona onde há palancas
negras gigantes, a reserva natural do Loando, para se juntar às fêmeas no
santuário de reprodução da Cangandala.
Nos primeiros dois anos, os
resultados ficaram "muito abaixo das expetativas" porque as fêmeas,
já com alguma idade, não procriavam há alguns anos, o que afetou o seu
potencial reprodutor.
Em 2011, no entanto, o núcleo da
Cangandala foi reforçado com oito novos animais provenientes do Loando, seis
dos quais fêmeas, que "estão a reproduzir-se muito bem".
"No ano passado tivemos seis
crias. Este ano temos três crias já confirmadas e esperamos ter até nove crias.
Penso que finalmente estamos agora na curva exponencial em que o contingente
vai aumentar muito", disse Pedro Vaz Pinto.
Neste momento, há 24 palancas no
santuário e o investigador estima que esse número possa duplicar em quatro ou
cinco anos.
Apesar dos bons resultados na
Cangandala, o número global de palancas está apenas estabilizado, porque na
reserva do Loando as perspetivas não são tão otimistas.
"Na reserva do Loando a
situação não está ainda como nós gostaríamos. Podia estar pior, mas também não
está melhor", admitiu.
O problema é que é no Loando que
se encontra o maior número de animais. Entre 75 e 80% das palancas que se
estima existirem estão ali.
"Se esquecêssemos a reserva
do Loando, acho a palanca estava extinta. Vinte animais é um núcleo que não é
sustentável a longo prazo", explicou Vaz Pinto, sublinhando, no entanto, a
importância de manter dois núcleos separados para fortalecer a população total.
Maior área transfronteiriça de conservação do mundo fica no sul de
Angola
7 de Agosto, 2013
http://noticias.sapo.pt/banca/internacional/3889 |
Cinco países da África Austral
reúnem-se hoje em Menongue, capital provincial do Cuando Cubango, sul de
Angola, para aprovar um fundo de gestão da maior área transfronteiriça de
conservação do mundo.
Trata-se do projeto KAZA,
acrónimo da língua inglesa para designar a bacia do OKavango/Zambeze, que liga
Angola aos vizinhos Botsuana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué.
Os ministros da Hotelaria e
Turismo das cinco nações vão aprovar um fundo que vai financiar a gestão do
ambicioso projecto, que tem já o apoio das Nações Unidas e que, em avançando,
transformará aquela região austral de África num dos maiores destinos
turísticos do mundo.
O objectivo do fundo que vai ser
criado é garantir que algumas actividades relacionadas com o projecto turístico
internacional possam ser executadas sem qualquer sobressalto.
Os cinco ministros vão ainda
avaliar o grau de execução das tarefas agendadas no encontro anterior, com
realce para a parte angolana que, fruto da guerra civil, mais atrasos regista
na aplicação do projecto.
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