sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota

 
Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota

 

Foram várias as mulheres célebres portuguesas aristocráticas (que deram origem à “Ala dos Namorados”, na Batalha de Aljubarrota). A algumas iremos dedicar breve resenha nesta rubrica. Hoje, porém, trataremos de uma plebeia, Brites de Almeida (ou Beatriz de Almeida), mais conhecida por Padeira de Aljubarrota. Era natural de Faro.

Órfã aos 26 anos, vendeu os pertences que herdara em Loulé, dedicando-se ao comércio de gado. Segundo a tradição, era voluntariosa e resolvia as questões à paulitada. A primeira vez que andou fugida à justiça foi pelo motivo de ter aberto a cabeça com um pau, a um soldado que queria com ela casar.

Para não ser encarcerada foge para Faro num barco à vela, com destino ao Al-andaluz. Apanhada por piratas argelinos é vendida a um mouro, senhor e dono de dois escravos portucalenses, que esta convenceu a matarem o seu senhor para fugirem.

Regressa a Portugal disfarçada de homem para enganar a justiça, tornando-se almocreve. Envolvida, de novo, numa contenda, é presa em Lisboa. Da história e da lenda já não consta a forma como conseguiu fugir da prisão, ou se cumpriu a pena por inteiro, nem como chegou a Aljubarrota. Aqui, fez-se ajudante de padeira e em 1385 encontramo-la já dona da padaria. O resto, da lenda e da história, toda a gente conhece. No dia da Batalha de Aljubarrota, e nos seguintes, Brites de Almeida encabeçou e dirigiu um grupo de camponeses e de servos da gleba que perseguiram os vencidos castelhanos, na sua fuga para Santarém. De volta a casa, ainda matou sete dos vencidos que descobriu escondidos no forno (1).

 

(1) – Na Catalunha conta-se história idêntica, mas com uma padeira catalã


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