Brites de Almeida, a Padeira de
Aljubarrota
Foram
várias as mulheres célebres portuguesas aristocráticas (que deram origem à “Ala
dos Namorados”, na Batalha de Aljubarrota). A algumas iremos dedicar breve
resenha nesta rubrica. Hoje, porém, trataremos de uma plebeia, Brites de
Almeida (ou Beatriz de Almeida), mais conhecida por Padeira de Aljubarrota. Era
natural de Faro.
Órfã
aos 26 anos, vendeu os pertences que herdara em Loulé, dedicando-se ao comércio
de gado. Segundo a tradição, era voluntariosa e resolvia as questões à
paulitada. A primeira vez que andou fugida à justiça foi pelo motivo de ter
aberto a cabeça com um pau, a um soldado que queria com ela casar.
Para
não ser encarcerada foge para Faro num barco à vela, com destino ao Al-andaluz.
Apanhada por piratas argelinos é vendida a um mouro, senhor e dono de dois
escravos portucalenses, que esta convenceu a matarem o seu senhor para fugirem.
Regressa
a Portugal disfarçada de homem para enganar a justiça, tornando-se almocreve.
Envolvida, de novo, numa contenda, é presa em Lisboa. Da história e
da lenda já não consta a forma como conseguiu fugir da prisão, ou se cumpriu a
pena por inteiro, nem como chegou a Aljubarrota. Aqui, fez-se ajudante de
padeira e em 1385 encontramo-la já dona da padaria. O resto, da lenda e da
história, toda a gente conhece. No dia da Batalha de Aljubarrota, e nos
seguintes, Brites de Almeida encabeçou e dirigiu um grupo de camponeses e de
servos da gleba que perseguiram os vencidos castelhanos, na sua fuga para
Santarém. De volta a casa, ainda matou sete dos vencidos que descobriu
escondidos no forno (1).
(1) – Na Catalunha conta-se
história idêntica, mas com uma padeira catalã
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