É
fartar vilanagem!
No
meu País paga o justo pelo pecador. No meu Pais quem roubou não paga nada. No
meu País quem legislou por compadrio tem imunidade parlamentar. No meu País surripiam-se
as reformas dos desgraçados com desculpas de austeridade. No meu País
confisca-se o pão nosso de cada dia com orçamentos constitucionais e isentam-se
as mordomias dos gestores de alta traição
No
meu País pagam-se os desfalques dos nababos com os patacos dos “Miseráveis”. No
meu País ficam impunes os saqueadores e são torturados os saqueados. No meu
País os políticos têm uma “Atracção fatal” pela corrupção, porque no meu País a
corrupção tem as pernas escancaradas. No meu País os políticos são dependentes
de leitinho e mamam, despudoradamente, nas enfezadas tetas do rebanho submisso.
No
meu País os desertores são colocados em Bruxelas e na ONU e os carrascos da
Inquisição são agraciados com cursos de Filosofia nas Universidades de Paris.
No
meu País quem anda de as costas ao alto e a coçar as “miudezas” recebe, da
Segurança Social, muito mais do que aqueles que bateram com as “miudezas” na
laje e se afogaram em transpiração, ao longo de quarenta anos.
No
meu País os doentes morrem na bicha das urgências, os inocentes são condenados
nas barras dos tribunais e os crimes dos dignatários acabam, sempre, por
prescrever
No meu País a populaça foi bombardeada. No meu
País a arraia miúda foi napalmizada. No meu País são abatidos todos os que
pagam os impostos atempadamente. No meu País são degolados os que tem o IRS e a
segurança social em dia. No meu País os funcionários públicos são transferidos
(pela lei da mobilidade) para o campo de “Treblinka”. No meu País os
professores e educadores são desterrados para o “Tarrafal”. No meu País os
jovens licenciados são exportados para a “Cochinchina”. No meu País, dependente
da agricultura, a agricultura bateu na “Fossa do Mindanau”. No meu país, de barcos
e de marinheiros, neste País de navegantes, a nossa frota enferruja e a nossa
frota apodrece, nos estaleiros de Marrocos. No meu País os Neros incendiaram a
cidade, enquanto tangiam arpas na Quinta do Lago e culpabilizaram os cristãos. No
meu País, nem no culminar das batalhas teremos direito ao “Armistício”, pois
continuaremos a verter o sangue, mesmo depois do derradeiro combate. No meu
País os tubarões da alta finança alimentam-se de colónias dos mexilhões, apesar
de ser o mexilhão que se lixa, quando o mar bate na rocha. No meu País há
excesso de tubarões e qualquer dia, por este andar, até o mexilhão já foi extinto.
No meu País até as rochas do mexilhão serão tributadas por zelosos funcionários
das finanças locais e contabilizada, vaga por vaga, toda a maré, para cálculo
do IRS .
Quem
manda no meu País são os filhos do nazismo, os herdeiros universais dum Adolfo
famigerado. Quem manda no meu País são os tresloucados “Frankensteins” da
economia que inventaram a peste bubónica, que inventaram a tuberculose e que
propagaram o dengue, a sida e a doença das vacas loucas em empréstimos
envenenados.
Mas,
como dizia o Joaquim “Ronca” mais vale morrer caloteiro, que morrer
‘strubeculoso!
Eu
não quero este País. Eu não pertenço a um País onde a palavra esperança não existe
nos catrapázios, nos dicionários, nem na Enciclopédia Luso-Brasileira, coligida
segundo as normas dum, execrando, acordo ortográfico qualquer!
Eu
sou da Ofhiusa dos Celtas, da Gallaécia dos Iberos e da Lusitânia de Viriato. Eu
sou do Portugal Afonsino, Joanino, da Restauração, dos Descobrimentos, dos
Lusíadas, da Mensagem e do Amor de Perdição.
Eu
sou da Pátria de Egas Moniz, de Afonso de Albuquerque e de Mouzinho da Silveira
e mesmo que tenhamos que verter o sangue e expirar, nas desérticas areias dum
Alcacer-Quibir Troikiano, hà-de ser de espada na mão e com gritos de
Portugalidade: - “É fartar, vilanagem!!!”
Luís Jales de Oliveira
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