A
Associação de Amigos da Orquestra do Norte (AAON) apresentou, no dia 30 de
julho, às 20h00, em conferência de imprensa, o projeto Noites de Ópera no Douro
(NOD). Trata-se de um ciclo de espetáculos, cujo denominador comum é a ópera,
com ancoramento em diversos espaços marcados pela cultura do vinho.
A
sessão, a bordo de um barco rabelo, iniciou com a interpretação do Quarteto de
Cordas N.º2 em Ré Maior de Alexander Borodin pelos solistas da Orquestra do
Norte (ON).
Estiveram
presentes os promotores do ciclo de espetáculos: Santa Casa da Misericórdia do
Porto, Câmara Municipal de Amarante, Município de Vila Nova de Foz Côa e
Agri-Roncão. O Coliseu do Porto não se fez representar, devido à ausência do
país do seu presidente, José António Barros. Estiveram também presentes os
representantes das instituições apoiantes do projeto, Douro Azul, jornal Vida
Económica e Turismo Porto e Norte.
O
maestro José Ferreira Lobo, diretor artístico da ON, começou por lembrar que,
tendo sido a ópera o género musical abordado no primeiro concerto, que a
orquestra realizou em 1992, as Noites de Ópera no Douro são um natural
desenlace de uma experiência adquirida, aperfeiçoada e sustentada.
Luís
Pedro Martins, porta-voz da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP),
salientou a ligação histórica da entidade ao Douro e à cultura, destacando a
enorme importância da Orquestra do Norte no panorama cultural português. “A
SCMP tem uma relação consolidada com a Orquestra do Norte e está de pedra e cal
neste projeto.”
Armindo
Abreu, presidente da Câmara Municipal de Amarante e da AAON, lamentou que em
tempo de crise, nomeadamente no que aos municípios diz respeito, os primeiros
cortes sejam efetuados na área da cultura. A Câmara de Amarante pretende ir em
sentido contrário. Até porque considera a Orquestra do Norte um instrumento
cultural de enorme importância na região Norte. “Temos muitos visitantes que
nos procuram, mas há dificuldade em retê-los. A solução é dar uma oferta
cultural que permita completar aquilo que a paisagem natural oferece. O edil
referiu ainda a evolução que o público de Amarante sofreu com a presença continuada
das apresentações da Orquestra do Norte na cidade. “Nos primeiros concertos ali
realizados, tínhamos sempre muita dificuldade em explicar às pessoas que o
silêncio era fundamental para se ouvir um concerto de música erudita. Hoje,
mesmo ao ar livre, ouvem-se os concertos da ON em silêncio absoluto.” Armindo
Abreu terminou a sua intervenção, dizendo que, “em tempo de dificuldades,
devemos aproveitar aquilo que temos de melhor.”
A
Câmara Municipal de Foz Côa fez-se representar pelo seu presidente, Gustavo de
Sousa Duarte, que manifestou a sua “enorme satisfação” por estar presente no
projeto. Afirmando sentir-se em casa, lembrou as similitudes entre o Porto e
Vila Nova de Foz Côa: “Temos rabelos a navegar no Douro, temos Património
Mundial e temos o vinho. Não podia sentir-me melhor”.
Gustavo
Duarte disse ainda que o projeto NOD tem potencialidades para agregar mais
promotores, pois constitui uma forma de potenciar e desenvolver o turismo da
região Norte. “O maior elogio que posso dar ao Douro é dizer que é único! E
como é único merece um projeto como este.”
Ana
Maria Ribeiro, diretora-executiva da empresa Agri-Roncão, aceitou o desafio de
integrar as Noites de Ópera no Douro, “porque a região não deve servir apenas
para a prova de vinhos e fotografar os socalcos. Somos uma empresa recente, com
10 anos, que tem como principal objetivo colocar os nossos vinhos no mercado
externo e os concertos que temos realizado com a Orquestra do Norte têm-nos
permitido mostrar aos nossos clientes um Douro cheio de potencialidades. Este
será o terceiro espetáculo que a ON irá apresentar na adega da Quinta da
Levandeira do Roncão. Um cenário insólito, com música de muita qualidade,
seguida de uma prova de vinhos e a degustação de algumas iguarias. É um
esforço, mas se cada um de nós não se esforçar por valorizar o que temos de
melhor, não iremos a lado nenhum.”
Melchior
Moreira, presidente do Turismo Porto e Norte, disse-se “apaixonado” pelo
projeto. Afirmou ainda que a “Orquestra do Norte é do melhor que temos na
região. Uma referência. Graças à ON, hoje a ópera não é só para alguns, mas
para todos.”
Deixou
vincada a intenção de fazer da orquestra ”a grande embaixadora do Porto e Norte
de Portugal”.
Rui
Saraiva, diretor da empresa Douro Azul, que apoia o NOD, pretende aprofundar a
relação com a ON e deixou a promessa de, em conjunto, “fazerem coisas
inovadoras e emblemáticas para a região”.
João
Luís de Sousa, diretor do Jornal Vida Económica, também parceiro do NOD,
afirmou estar muito honrado por participar no projeto, sobretudo pela admiração
que tem pela Orquestra do Norte.
De "Jornal do Norte" para "Tempo Caminhado"
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