Olá!
Ontem, pelas 20H20, a amiga Graziela (dos Avidagos), no seu reduto solitário em Ourém, telefonou-me a partilhar a sua dor chorosa pela partida inesperada da amiga Marília do Céu. A sua pena generosa e volutariosa no Notícias de Mirandela calou-se para sempre, lá longe na cidade de S. Paulo, quando projectava visitar Mirandela no próximo ano. O seu endereço electrónico de «mariliapoeta...» não mais terá o seu clic, nem a sua voz atravessará mais o oceano das ilusões para ser escutado pelos seus muitos amigos de Mirandela.
Sobre a Marília do Céu, apesar de me encontrar de férias no Algarve, deixo este excerto do seu último livro:
"Marília do Céu reuniu toda a sua produção poética em «Inspiração - Poesia Reunida». Desde o primeiro poema de «Inspiração», sua iniciação literária, ao último «Senti» (Tipografia Diário), numa rosa-dos-ventos girando desde algumas décadas, o seu arco-íris poético mostrou-se sempre liricamente diversificado e cósmico. (...) manteve-se una pela sensibilidade personalíssima de versejar. Do começo, no passado, aos dias presentes, a poetisa conservou os mesmos sinais sensíveis e pulsantes nos textos criados e uma diversificação temática que se ampliou dentro dos critérios críticos de observação de si própria e do mundo que a cerca... Caio Porfírio Carneiro."
Marília do Céu Borges Ribeiro, nasceu em Portugal, na cidade de Mirandela, província de Tras-os-Montes, a 21 de março de 1936. Escreveu seu primeiro verso aos 8 anos. Na juventude, colaborou no jornal, "Gazeta do Sul de Montijo", com poesia e conto, sendo prêmio em conto. Em 1955, já casada, embarcou, com seu marido, para São Tomé, província africana portuguesa e, no mesmo ano, para Angola, onde nasceu sua única filha. Voltou para São Tomé e posteriormente de novo para Angola e em 1958 para Moçambique, fixando residência na cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo independente. Escreveu em Moçambique seus livros de poesia "Raízes de verdade", "Os olhos esperam Sol" e "Senti" (...) seu marido, António Gabriel Ribeiro, artista plástico e decorador. Sua poesia foi muito bem recebida pela imprensa escrita e falada, nos jornais locais "Jornal de Notícias", "Diário" e "Brado Africano". No Rádio Clube, emissora oficial, no Programa das Forças Armadas, de Lisete Lopes, no programa, Delta, de Estrelas, de Maria Helena Bramão. Declamou na Sociedade de Estudos, ao lado de poetas, como Maria José Maldonado, Olga Pedro, Natércia Irtezel, Anunciação Prudente, António Cairu, e tantos outros que marcavam esse tempo, fazendo parte de uma classificada tertúlia."
Ultimamente, a Marília do Céu colaborava habitualmente nas colunas do Notícias de Mirandela.
Decidi partilhar este sentido pesar com alguns mirandelenses e amigos.
Abraço solidário. Jorge Lage
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